O Google apresentou nesta quarta-feira, 10, uma série de capacidades de inteligência artificial por meio de sua estrutura, o que inclui principalmente a chegada do Gemini via Vertex, Gemini com versões para educação e governo, chips Tensor Processing Unit (TPU) para a região do datacenter em São Paulo e um programa de capacitação de IA.

De acordo com Eduardo López, presidente do Google Cloud para a América Latina, os investimentos abrangem três pilares importantes para o Brasil: infraestrutura, inovação e educação. Também afirmou que esses são os principais investimentos feitos pela divisão de cloud nos últimos quatro anos e que demoraram nove meses para serem desenhados.

Por sua vez, Ricardo Fernandes, head da nuvem do Google no Brasil, avalia que o investimento mostra como o país é relevante para a companhia e que o avanço dessas tecnologias ocorre por ter um público que é early adopter, ao adotar cedo as tecnologias, como IA.

Google Gemini

Durante o Google Cloud Summit 2025, a companhia confirmou, que a partir de novembro, as empresas poderão armazenar dados e aprendizado de máquina com a versão mais recente do Gemini (2.5 Flash) do Brasil. Além disso, o Gemini poderá ser rodado com e sem air-gapped (isolamento físico) no Google Distributed Cloud (GDC) no país, ou seja, o assistente poderá ser usado dentro dos datacenters das empresas.

Outra novidade é o lançamento de versões específicas da Gemini para educação e governo, o Gemini for Education e o Gemini for Goverment, que estão plugados ao Agentspace. Marcel Silva, AI GTM and sales do Google Cloud para a América Latina, afirmou que o intuito é destravar a criação de agentes de inteligência artificial nesses dois setores, de modo que beneficiem entidades governamentais, instituições educacionais e estudantes.

Silva citou o exemplo da Secretaria de Educação do Paraná, que usou IA agêntica para assistir professores na correção de redações, o que resultou em 5 mil horas economizadas a cada 100 mil textos corrigidos e ajudou a reconhecer problemas de redação e leitura em estudantes.

O Google confirmou que oferecerá em educação um custo mais acessível para atingir uma larga base de estudantes e instituições, além de modelos premium da empresa. Na versão governamental, o objetivo é melhorar a eficiência e a eficácia no serviço público. Um exemplo é a Receita Federal, que passou a usar a assistente para otimizar a inspeção de bagagens no Aeroporto Internacional de Guarulhos em SP desde dezembro de 2024.

Outra novidade da empresa em IA é a chegada da tradução simultânea no Meets (Android, iOS) para clientes empresariais nesta quarta-feira. Ainda na versão alpha, os usuários da versão corporativa poderão testar tradução em tempo real, com baixa latência e voz (tom e expressão) preservada nos seguintes idiomas: português, espanhol, italiano, francês e alemão de e para o inglês.

Infraestrutura

A região de nuvem do Google em São Paulo será a primeira da América Latina a receber o Trillium, a sexta geração de TPU da companhia. O arquiteto de soluções de IA do Google Cloud, Renan Vilas Novas, afirmou que o chip é duas vezes mais eficiente e entrega cinco vezes mais capacidade que a versão anterior.

Com essa infraestrutura, a ideia do Google é que empresas tenham latência menor ao realizarem fluxos de trabalho de inteligência artificial, como ao usarem Gemini e agente de IA.

Entre parceiros que vislumbram que podem se beneficiar está a Maritaca AI, a startup que produz grande modelos de linguagem (LLM) em português brasileiro. Esse pode começar a acontecer antes do lançamento oficial em novembro.

Google também expandiu seu ecossistema de parceiros na nuvem, como Databricks, que passa a estar disponível na região de SP; Oracle Database@Google Cloud entra nos próximos meses e permitirá acesso dos clientes corporativos aos serviços essenciais do Database da Oracle; e a ServiceNow oferecerá sua IA para TI, RH, atendimento e segurança via Google Cloud ainda neste ano.

Capacitação

A companhia também anunciou nesta quarta-feira o Capacita+IA, um evento de treinamento híbrido do Google Cloud para a América Latina. O objetivo é treinar 200 mil profissionais (não técnicos e estudantes) em parceria com 50 universidades em dez países da região. Com isso, o Google quer entrar no Guinness World Records como o maior treinamento híbrido e simultâneo de IA já realizado.

Esse curso acontecerá no dia 6 de dezembro.

 

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