A AST SpaceMobile promete fornecer serviço 5G via satélite com cobertura global em parceria com mais de 50 operadoras ao redor do mundo, começando pelos EUA no ano que vem para assinantes da AT&T e da Verizon.

A empresa já conta com seis satélites de baixa órbita mas chegará em breve a 96. Eles vão operar em frequências baixas, de até 1 GHz, e médias, de até 2,6 GHz, nos mesmos blocos das operadoras celulares. Desta forma, qualquer aparelho compatível com 4G ou 5G poderá se conectar diretamente aos seus satélites quando não tiver sinal da rede terrestre – desde que sua operadora tenha acordo com a AST. No Brasil, Claro, Vivo e TIM já têm memorandos de entendimento com a empresa.

A ideia é prestar via satélite os mesmos serviços que os usuários conseguem hoje pelas redes terrestres 4G e 5G: acesso a aplicativos móveis, mensageria, chamadas de voz e streaming de vídeo.

“O D2D não é só para escalada de montanha. É para ser a extensão da rede terrestre, seja em zona remota ou urbana. É um incremento de capacidade com duas redes trabalhando em conjunto”, explicou Luiz Abud, vice-presidente comercial da AST SpaceMobile, durante apresentação no Congresso Latino-americano de Satélites, nesta quarta-feira, 8, no Rio de Janeiro, organizado por Teletime e Glasberg.

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Luiz Abud, vice-presidente comercial da AST SpaceMobile, durante o Congresso Latino-americano de Satélites 2025 (Crédito: Fernando Paiva/Mobile Time)

Primeira e segunda gerações de satélites da AST SpaceMobile

Os seis satélites da primeira geração da AST, que já estão em órbita, têm 64 m2 de área cada um e capacidade para iluminar 2 mil células. Eles operam em frequências abaixo de 1 GHz. A velocidade de transmissão de dados é de 120 Mbps por célula. É possível sobrepor as células e aumentar essa capacidade.

A primeira geração será usada nos EUA, com AT&T e Verizon. Serão ativadas 5 mil células cobrindo todo o território norte-americano. Desta forma, sempre que um usuário dessas operadoras estiver em uma área sem sinal celular, seu telefone continuará conectado, mas através dos satélites LEO da AST.

A segunda geração terá uma área três vezes maior (220 m2) e capacidade de 10 mil células, também com velocidade de 120 Mbps cada. Mas vão operar em frequências médias, de até 2,6 GHz.

A empresa conta também com acordos comerciais para operar no Canadá com a Bell; na Europa, com a Vodafone (neste caso foi feita uma joint-venture), e no Japão, com a Rakuten.

Fabricação verticalizada

A empresa adotou uma estratégia verticalizada em que ela própria controla a fabricação ou montagem de 95% dos componentes dos seus satélites. O trabalho é feito no Texas, EUA. Até os chips foram desenvolvidos pela própria empresa. O investimento no projeto é de mais de US$ 2 bilhões.

A ilustração no alto foi produzida por Mobile Time com IA

 

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