A Meta reconheceu que deve aumentar os seus gastos com capital (Capex) em 2026 para ter uma infraestrutura computacional capaz de melhorar sua pesquisa e criar produtos a partir da inteligência artificial, informou a empresa na divulgação de seu relatório financeiro nesta quarta-feira, 29.

Sem revelar a previsão do próximo ano, a CFO da empresa, Susan Li, afirmou que o crescimento será maior que o atual ano devido aos custos estruturais, de depreciação e de contratação de profissionais do segmento de IA. Especificamente, os gastos devem ser concentrados para o desenvolvimento do Meta Superintelligence Labs (MSL), core de IA e gastos não relacionados à IA.

Meta

CFO da Meta, Susan Li (divulgação)

Para efeito de comparação, a expectativa é que os custos com capital da big tech ultrapassem os US$ 72 bilhões, ante a previsão que trazia uma variação a partir de US$ 66 bilhões.

Li reforçou que a Meta está investindo pesado em ter sua própria infraestrutura e soluções de computação contratadas com terceiros. É caso do data center na Louisiana que será feito em joint-venture com a Blue Owl e não terá impacto no Capex, mas um aporte de 20% da Meta para os custos de construção.

A executiva disse ainda que a companhia já enxerga benefícios oriundos da IA. Como o aumento de anunciantes que usam IA para impulsionar os anúncios e, com modelos mais ágeis, os clientes geram uma receita anual recorrente de US$ 60 bilhões com opções de publicidade automatizadas e tem um custo por lead gerado 14% menor.

Necessidade de computacional da Meta

Por sua vez, o CEO da Meta, Mark Zuckerberg, afirmou que o negócio de apps está em um estado de escassez de computação. O executivo explicou que a companhia investe em infraestrutura e isso converte em ter mais demanda para usar mais tecnologia, em especial no negócio principal da empresa (os apps). E isso reflete eventualmente em resultados lucrativos no longo prazo.

Afirmou que na pior das hipóteses, a Meta terá uma estrutura computacional para os próximos anos. Mas pela alta demanda interna e externa, acredita que o investimento deve ser revertido em novos produtos e serviços com IA que apoie o seu negócio principal.

“Quase toda semana, pessoas de fora e de dentro da empresa nos procuram pedindo para criarmos um serviço de API ou perguntando se temos recursos computacionais disponíveis para criar algo que ainda não fizemos”, disse Zuckerberg.

Zuckerberg; Meta; supecluster Hyperion

supecluster Hyperion, em plena Manhattan. Crédito: divulgação

“Portanto, o meu ponto de vista é que, em vez de continuarmos com restrições de investimento de capital e sentirmos (a demanda) no negócio principal, o correto seria acelerar esse processo para garantir a capacidade computacional para pesquisas em IA e as novas iniciativas que estamos desenvolvendo. Assim como para alcançar um novo patamar em relação à nossa capacidade computacional no negócio principal”, completou.

Questionado por analistas de mercado, o CEO afirmou que apesar da aposta, ainda é muito cedo para entender as margens de receita com novos produtos de IA. Mas acredita que a Meta terá capacidade para atuar com soluções e produtos para o consumidor comum e para a IA de negócios (business AI). Isso decorre da possibilidade de poder criar e escalar produtos para bilhões de pessoas.

Imagem principal: CFO da Meta, Susan Li (divulgação)

 

*********************************

Receba gratuitamente a newsletter do Mobile Time e fique bem informado sobre tecnologia móvel e negócios. Cadastre-se aqui!

E siga o canal do Mobile Time no WhatsApp!