Os consumidores de hoje já estão profundamente imersos em um estilo de vida digital. Seja comunicando-se com amigos ou comprando, eles esperam experiências que não sejam apenas convenientes, mas também personalizadas. O cenário mudou e continuará se transformando no ecossistema de serviços financeiros. Com visões disruptivas, uma nova geração de fintechs surgiu aproveitando a tecnologia móvel, acesso a dados, inteligência artificial e aprendizado de máquina.

E esses players vão além de emular bancos tradicionais no mundo digital. Em vez disso, estão criando novos modelos de negócios que tiveram como resultado principal a popularização das contas digitais, tão simples de serem criadas quanto o cadastro em uma nova rede social.

As fintechs aproveitam as oportunidades de uma cadeia de valor atrasada. Segundo dados do Banco Central do Brasil, 16,6 milhões de brasileiros foram bancarizados somente durante o ano de 2021. Mas ainda faltam 34 milhões de pessoas – que movimentam R$ 347 bilhões por ano – o equivalente a 4,65% do PIB brasileiro.

Mas, se depender das startups, não vai demorar muito para que essa diferença diminua ainda mais. Um levantamento da Idwall apurou que 184 milhões de contas digitais serão abertas apenas este ano no Brasil, um crescimento de 15% frente a 2021.

É um caminho sendo encurtado, beneficiando quem mais precisa. E, o mais importante de tudo, dando mais oportunidade para a retomada do crescimento da economia brasileira. Inclusão e combate à desigualdade social sendo colocados em prática.

Quem antes trabalhava apenas na informalidade e fazia pagamentos usando dinheiro vivo agora recebe por Pix, faz transferências e consegue ter acesso a produtos financeiros com taxas mais atraentes, ficando livre da agiotagem. No fim do dia, mais conforto, segurança e rentabilidade.

Já para quem está inserido no sistema financeiro, significou o fim da lealdade a apenas uma marca. Ajudados pela implantação do open banking, esses consumidores estão livres para escolher quais o que preferem e de quais provedores.

Os clientes têm a flexibilidade e a oportunidade de “construir seu próprio banco” combinando serviços de diferentes fintechs, em vez de buscar uma instituição que atenda a todas as suas expectativas. Não há custo de troca e o resultado é transparente e flexível.

E como ficam as instituições tradicionais?

Para atender às necessidades do futuro cliente e a esse cenário financeiro em rápida mudança, esses bancos devem dinamizar e repensar suas estratégias. A economia da próxima década os desafiará a adotar uma estratégia de tecnologia adequada ao futuro  – enraizada na melhor experiência ao cliente e permitindo adaptabilidade, criatividade e resiliência. Os bancos devem capitalizar um ritmo de mudança e inovação e definir seu curso para a próxima década.

Haverá mais mudanças no setor bancário do que vimos nos últimos 100 anos. Isso não se deve apenas ao avanço das tecnologias, mas também a uma confluência de fatores como mudanças socioeconômicas, regulatórias e ambientais.

Por exemplo, um mundo hiperconectado será a norma nos próximos anos. Os clientes estarão interagindo com seus provedores de serviços por meio de assistentes pessoais e de voz, reconhecimento facial e dispositivos vestíveis, algo que já começa a ser implantado pelas fintechs.

As instituições tradicionais que não reconsiderarem agora a posição de um mero provedor de serviços financeiros podem desaparecer – não importa quantos séculos de história ela tenha. Isso significa ir além do dinheiro e se integrar a um ecossistema mais amplo de serviços, o que já acontece no universo das startups.

Temos ainda uma jornada longa rumo à inclusão digital. E será maravilhoso ver o que as fintechs ainda vão inovar no futuro.