Como o isolamento social necessário para conter o avanço do coronavírus está afetando as crianças ao redor do mundo? O aplicativo Dynamo (Android, iOS) consegue dar algumas pistas. Instalado nos smartphones de milhares de crianças de diversos países, ele envia diariamente perguntas para serem respondidas por elas. Duas perguntas recorrentes são: “Como você está se sentindo agora?” e “O que você gostaria de fazer em uma hora livre?”. A pedido de Mobile Time, a equipe da Dynamo encaminhou os resultados referentes ao Brasil em três datas: 10 de fevereiro, quando ainda não havia grande preocupação no País em relação ao coronavírus; 9 de março, quando a preocupação estava crescendo nos meios de comunicação, mas nenhuma medida de isolamento havia sido tomada até então; e 16 de março, quando a OMS já havia decretado pandemia e algumas cidades brasileiras, como o Rio de Janeiro, já estavam com suas escolas fechadas.

Na comparação entre as três datas é marcante o crescimento da saudade das crianças em relação a seus amigos. Quando perguntado o que fariam em uma hora livre, o percentual de crianças que respondem que gostariam de estar com os amigos cresce ao longo do tempo: eram 14,4% em 10 de fevereiro; depois 16,8%, em 9 de março; e 22,6%, em 16 de março. Nas mesmas datas, o videogame perde força, embora continue sendo a atividade preferida: 44% em 10 de fevereiro; 42,3%, em 9 de março; e 34,3% em 16 de março. As crianças brasileiras também sentem falta do sono. Em 10 de fevereiro 16% diziam que gostariam de dormir em seu tempo livre; percentual que sobe para 23,4% em 9 de março; e abaixa um pouco para 20,7% em 16 de março, quando perde a segunda posição para o encontro com os amigos.

Embora a saudade dos amigos possa ser um sinal de impacto da quarentena, os dados da pesquisa indicam que, no geral, o isolamento social ainda não está aumentando a tristeza entre as crianças brasileiras. Nas referidas datas, o percentual de crianças que disseram estar felizes ou muito felizes teve até um pequeno aumento: 65%, 66,4% e 66,8%, respectivamente. E o percentual que se declara triste ou frustrado oscilou pouco: 12,3%, 15,2% e 13,4%.

Mais de 1 mil crianças brasileiras de 8 a 12 anos de idade responderam as perguntas em cada um dos referidos dias.