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Ilustração: Cecilia Marins

A Competition and Market Authority (CMA) do Reino Unido confirmou nesta quinta-feira, 1, que poderá aprofundar as análises sobre a compra da Activision Blizzard pela Microsoft. A decisão foi tomada após o órgão perceber, durante a primeira fase de análise, que a aquisição que beira os US$ 70 bilhões pode trazer danos concorrenciais ao ecossistema de jogos eletrônicos.

Em especial, o regulador britânico mostrou preocupação com a competição da Microsoft com seus rivais em consoles, planos de assinatura de jogos e serviços de jogos em nuvem.

“Após a fase 1 da investigação – iniciada em 6 de julho –, ficamos preocupados com a possibilidade de a Microsoft usar o controle de jogos populares, como Call of Duty e World of Warcraft, para danificar a posição de rivais depois de concluir a compra, inclusive competidores recentes (Sony, Steam e Nintendo) e futuros (Google, Apple, Epic Games, NVIDIA e Amazon) em serviços de assinatura multijogos e cloud gaming”, disse Sorcha O’Carroll, diretora sênior de fusão na CMA.

Agora, a Microsoft tem até cinco dias úteis para informar ao regulador como resolverá esses problemas. Por sua vez, o CMA pode montar um painel independente para examinar a fundo a compra. Isso significa mais investigação à base de documentos e ouvir relatos de terceiros, além de trazer uma visão mais ampla do mercado e da competitividade.

“Se as nossas preocupações recentes não forem endereçadas (pela Microsoft), nós planejamos explorar esse acordo em uma segunda fase de investigação para alcançar uma decisão que funcione e esteja no interesse dos gamers e negócios do Reino Unido”, completou O’Carroll.

Entenda

A Microsoft confirmou a intenção de comprar a Activision Blizzard no começo deste ano por US$ 69 bilhões ou US$ 95 por ação. Se confirmada, a companhia se tornará a terceira maior empresa com receita de jogos, atrás de Tencent e Sony, e deterá IPs como Warcraft, Diablo, Overwatch, Call of Duty e Candy Crush.

Além do regulador britânico, a compra da Activision pela Microsoft ainda passa por escrutínio do regulador europeu. Também em julho, a Comissão Europeia estava conversando com rivais da Microsoft para entender os possíveis impactos e receios que a compra trará para estúdios de jogos, fabricantes de consoles e marketplaces.