Ilustração: La Mandarina Dibujos

O lucro líquido da Alphabet, controladora do Google, caiu para US$ 13,6 bilhões no quarto trimestre de 2022 – uma queda de 34%, em comparação com o mesmo período de 2021, quando lucrou US$ 20,6 bilhões. O lucro operacional foi US$ 18,2 bilhões, no mesmo período de 2022, um recuo de 17% ano a ano. A companhia divulgou seu último relatório financeiro nesta quinta-feira, 2.

No acumulado de 2022, o lucro líquido caiu 26,9%, de US$ 76 bilhões para US$ 59,9 bilhões, assim como o lucro operacional, que registrou queda de 5% – de US$ 78,7 bilhões para 74,8 bilhões. Ainda assim, a receita do último trimestre de 2022 foi de US$ 76 bilhões, um aumento de 0,96% em relação a 2021, com US$ 75,3 bilhões. No acumulado de 2022, a receita cresceu de US$ 257,6 bilhões para US$ 282,8 bilhões (+10%).

Na visão do CEO Sundar Pichai, o segmento Google Cloud (que inclui serviços de nuvem, tanto de infraestrutura quanto de plataforma, entre outros), as inscrições do YouTube (Android, iOS) e os smartphones Pixel passam por um bom momento. Os negócios de nuvem do Google foram um dos principais fatores responsáveis pela pequena alta na receita da companhia. 

A receita com publicidade somou US$ 59 bilhões, no último trimestre de 2022. Isso representa uma queda de 3,6%, em relação a 2021, quando faturou US$ 61,2 bilhões. Só a receita de publicidade no YouTube foi de US$ 8,6 bilhões, no quarto trimestre de 2021, para US$ 7,9 bilhões, em 2022, uma diminuição de 7,7%. Por outro lado, a receita do Google Cloud aumentou 32,7%, de US$ 5,5 bilhões para US$ 7,3 bilhões, no último período do ano.  

Inteligência artificial

A companhia deu sinais de que novos recursos utilizando inteligência artificial (IA) podem ser lançados em breve, em suas plataformas. No relatório financeiro, Pichai afirmou que a companhia tem uma posição vantajosa neste momento, em que a IA está passando por um “ponto de inflexão”, já que faz investimentos na área há um bom tempo.

“Estou animado com os passos orientados por IA que estamos prestes a revelar no nosso serviço de busca e além”, disse. A companhia informou que o seu segmento de negócios relacionado às atividade em IA da Alphabet, chamado DeepMind – antes incluído sob o guarda-chuva “Outras Apostas”, nos seus relatório financeiro – serão discriminados separadamente, como custos corporativos, nos seus próximos balanços, ganhando mais importância.

Em conferência, Pichai afirmou que o Google permitirá que os usuários “interajam diretamente” com seus “novos, mas poderosos modelos de linguagem, como um acompanhamento à busca”. O primeiro modelo com o qual as pessoas poderão interagir será o LaMDA (Language Model for Dialogue Applications), seu modelo conversacional de IA.

Demissões

Pichai ainda explicou que a companhia está mexendo sua estrutura de custos de uma “forma durável”, a fim de construir negócios financeiramente sustentáveis. A CFO Ruth Porat reiterou o posicionamento, dizendo que há “trabalho significativo em andamento para melhorar todos os aspectos da nossa estrutura de custos”.

No comunicado, a Alphabet informou que a indenização dos cerca de 12 mil funcionários recém-demitidos e outros custos relacionados devem totalizar cerca de US$ 1,9 bilhão a US$ 2,3 bilhões, o que deve entrar no balanço financeiro do primeiro trimestre de 2023. Neste período também estarão inclusos custos relacionados à redução de escritórios na sua estrutura global, de aproximadamente US$ 500 milhões.