A WeClever aprimorou sua ferramenta de inteligência artificial própria para desenvolver uma jornada personalizada durante o recrutamento de novos funcionários. A proposta é que, no primeiro contato entre o candidato e a companhia, a IA auxilie na contratação da pessoa mais adequada à vaga e reduza o número de contratações equivocadas que hoje, segundo especialistas da WeClever, representam 42% das vagas em períodos de experiência e 20% após este período. A ferramenta pode ser usada pelo WhatsApp e a pessoa entrevistada tem um prazo para realizar a entrevista com a IA, que pode ser feita por áudio ou texto.

A inteligência artificial pergunta somente sobre a experiência profissional e situações vividas pelo candidato no trabalho. A ideia é saber suas habilidades técnicas e comportamentais. Não há questões fora deste contexto, como onde mora, qual idade, cor da pele ou qualquer outra que possa fabricar vieses. A única questão diferente é como a pessoa quer ser chamada durante a entrevista. E não há nenhum problema caso ela prefira não se identificar. No mais, a IA também se propõe a responder a dúvidas que a pessoa tenha sobre a vaga ou sobre a empresa.

“O agente conversacional está essencialmente fundamentado na busca por informações da pessoa interessada em relação à vaga e à empresa”, explica Marcelo Colleoni, CHRO da WeClever, para Mobile Time. O executivo acredita que, ao perguntar como a pessoa deseja ser chamada, traz acolhimento e o foco está nas perguntas sobre a experiência profissional do candidato.

“Os resultados destas entrevistas nos trazem de forma bem objetiva e sem qualquer viés o âmbito profissional da pessoa. Acreditamos que todos têm potencial e possibilidades para participar do processo seletivo, desde que tragam experiências, habilidades e comportamentos desejados para a vaga e para a cultura da WeClever”, conta.

O agente conversacional utiliza LLMs (Large Language Models, em inglês) e é baseado em redes neurais profundas. São usados também algoritmos tradicionais com busca semântica por embeddings, que permitem uma melhor compreensão do texto semanticamente e de análise de emoções, permitindo entender como a pessoa se sente, e, por fim, análise de intenções. “Assim, podemos direcionar melhor a dor ou o que de fato o candidato está desejando por de trás da mensagem”, diz o CHRO.

Para Colleoni, as entrevistas geram insights e indicam tendências e padrões. “Nós entendemos que as conversas podem nos revelar muito mais do que está simplesmente escrito, pois existem intenções, palavras, fatos, habilidades, comportamentos etc. Com estas informações em escala, conseguimos analisar tendências, padrões, entre outras coisas que ajudam a retroalimentar o processo, ajustar as conversas, direcionar perguntas, entre outras possibilidades. O mais interessante é que este modelo nos permite navegar por muitas variáveis e ajustar e entender aderências para empresas, segmentos de negócio, portes de empresas e estilos”, acredita.

Depois que o candidato passa pela conversa com a inteligência artificial, é feita uma compilação dos dados de todas as pessoas entrevistadas e a tecnologia ajuda a identificar aqueles com maior aderência à vaga. Neste caso, essas pessoas seguem o fluxo da seleção e passam para entrevistas com as pessoas responsáveis pelo recrutamento da WeClever.

Comercialização

A intenção da empresa é inserir o agente conversacional em seu portfólio de produtos e serviços e, por isso, está testando a ferramenta com um potencial cliente. O estudo será essencial para que a WeClever avalie o modelo da solução, porque ela terá que ser adaptada de acordo com a necessidade de cada cliente. Como modelo de negócios, a proposta é cobrar por entrevista.

Crédito: imagem produzida por Mobile Time com IA generativa