Em um avião da Força Aérea Brasileira, uma comitiva oficial chefiada pelo ministro das Comunicações, Fábio Faria, aterrissará nos próximos dias nos Estados Unidos. O objetivo informado pelo ministério é o de conhecer modelos de redes privativas 5G, e conversar com investidores. Trata-se da primeira viagem oficial do governo brasileiro na gestão do presidente americano Joe Biden.

Na agenda da missão, estão visitas ao Departamento de Defesa dos Estados Unidos, aos serviços de inteligência americano, FBI, CIA, além do FCC, órgão regulador de telecom do país. “Somente no Departamento de Defesa de lá existem seis redes privativas”, afirmou Faria durante coletiva de imprensa realizada no Palácio do Planalto nesta quarta-feira, 2.

A segunda parte da viagem, de acordo com o ministro, começa com um almoço com o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento). Estão no calendário reuniões com representantes da Qualcomm, Motorola, IBM, AT&T, Ericsson e Nokia, além da consultoria Eurasia e outros seis fundos de investimento e bancos.

Filho do presidente integra comitiva

A comitiva é formada por representantes das pastas da Defesa, Relações Exteriores, Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Secretaria-Geral, Secretaria Especial de Assuntos Estratégicos e ministros do TCU (Tribunal de Contas da União). Fábio Faria mencionou ainda que o senador Flávio Bolsonaro (Patriotas/RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), também estará na comitiva, mas não justificou a razão de sua presença. “Nessa viagem vamos mostrar aos ministros do TCU essas redes privativas para sanar as dúvidas e dar celeridade ao processo [do leilão]”, explicou. O ministro Raimundo Carrero, relator do edital do 5G no TCU, estará na comitiva.

Faria reiterou algumas vezes que tanto o MCom como a Anatel já entregaram todos os documentos requeridos pelo TCU, e agora só aguardam a devolução do edital já apreciado pelo tribunal para que a Anatel possa dar início ao processo do leilão.

O secretário de controle externo do TCU, Uriel de Almeida Papa, responsável pela análise de licitações de faixas de frequência feitas pela Anatel e que está em processo de fiscalização do edital de 5G no momento, questionou, no último dia 18 de maio, em audiência pública, a inclusão da rede privativa no edital, como uma suposta irregularidade.

“Todos os pedidos que vieram do TCU respondemos. Só vou me pronunciar depois da decisão final do TCU. O tribunal sabe da importância do 5G para o País”, resumiu Faria, rapidamente, ao final da coletiva, que restringiu a participação de jornalistas, escolhendo apenas cinco perguntas, previamente escolhidas pela equipe do MCom.