O distanciamento social causado pela pandemia do novo coronavírus acelerou os processos de transformação digital nas empresas, inclusive a digitalização de documentos, adoção de assinaturas eletrônicas e de certificados digitais. As companhias especializadas nesse processo de virtualização de documentos sentiram um aumento significativo na demanda de seus serviços. Foi o caso da Certisign. Leonardo Gonçalves, diretor de relações institucionais da empresa, explicou durante a live “Adeus papel: a digitalização de documentos e processos na pandemia”, promovida por Mobile Time nesta quinta-feira, 2, que houve um aumento de 92% no acumulado do ano em relação ao mesmo período de 2019. Para acompanhar o crescimento a empresa precisou fazer contratações, em especial na área de atendimento ao cliente e na área corporativa comercial.

A DocuSign também viu a demanda aumentar. “Já tínhamos a demanda crescente nos últimos dois anos, mas obviamente que, com a Covid-19, isso se acelerou”, explicou Gustavo Brant, vice-presidente de vendas para a América Latina da DocuSign. “Antes, as empresas ponderavam sobre a  digitalização dos documentos. Mas, com a Covid-19, não tinham mais opção. As empresas tiveram que se transformar para continuar a firmar contratos com parceiros, funcionários e clientes”. Apesar de não informar números, Brant disse que a DocuSign globalmente vem “crescendo barbaramente. É um crescimento exponencial”, resumiu.

Abílio Branco, gerente de vendas para proteção de dados e criptografia no Brasil da Thales, também explicou que com a empresa não foi diferente. Em sua área, a de segurança, o executivo registrou crescimento de aproximadamente 90% no primeiro semestre de 2020, na comparação com o mesmo período do ano passado. “Fizemos o melhor trimestre da história da empresa.”

 Videoconferência

Outro ponto discutido durante a live foi a mudança do procedimento da validação do certificado digital. Antes da pandemia, para se fazer a emissão de um certificado digital, era necessário fazer a validação presencial do titular. Porém, com o distanciamento social, as empresas também passaram a poder emiti-lo de forma remota, garantindo os critérios de segurança da normativa da ICP Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira). Mas isso só foi possível porque, durante a pandemia, a emissão de certificação digital no País foi considerada um serviço essencial.

Gonçalves, explicou que as empresas de certificação digital já contavam com o amparo de uma normativa que permitia a renovação de certificados via videoconferência. “Então, a gente se amparou nisso. Hoje, para você ter uma ideia, 35% das nossas emissões de certificado digital no País estão sendo feitas por videoconferência”, relatou.

Marcio Nunes, CTIO da Valid e presidente do conselho da Associação Nacional de Certificação Digital (ANCD), lembrou que recentemente, passou-se a permitir que algumas negociações – como compra de imóveis  – sejam executadas à distância. “Isso tem criado novas experiências”, comentou.