O Shopee (AndroidiOS) está estruturando sua operação no Brasil com a proposta de ser um meio entre o comerciante associado e o usuário do marketplace. Ou seja, a estratégia da empresa não passa por um centro de distribuição, como acontece com muitos de seus rivais.

“No momento, estamos focados em permitir que os compradores brasileiros tenham acesso a uma ampla variedade dos nossos vendedores nacionais e internacionais conectando-os por meio de nossa plataforma”, disse Felipe Feistler, gerente de negócios da Shopee Brasil. “Há uma conexão direta entre vendedor e comprador, e facilitamos ainda mais esses compromissos por meio de nosso recurso de chat ao vivo (conversa entre consumidor e comprador)”.

A companhia também aposta na oferta de experiência personalizada para seus usuários. Feistler explica que isso passa por desenvolver novas formas de engajar os consumidores e captar sua atenção por meio do uso de dados para oferecer “sugestões de compras mais personalizadas em tempo real enquanto eles compram”.

O gerente de negócios acredita ainda que as compras online devem ser mais do que apenas transacionais: “Estamos construindo uma comunidade forte que permite que os usuários se conectem e interajam uns com os outros por meio de jogos no aplicativo Shopee e trabalhando com influenciadores digitais para integração com os usuários”, completou.

Em um futuro próximo, a Shopee estuda implementar o Pix na plataforma.

Felipe Feistler, gerente de negócios do Shopee no Brasil. Foto: divulgação

Avanços 

Desde 2019 no Brasil, a empresa começou a ganhar tração a partir de 2020 com a integração de vendedores locais. Como resultado, o app do e-commerce do sudeste asiático ficou em nono entre os mais baixados do Relatório State of Mobile da App Annie no último ano.

“Nosso aplicativo também foi classificado como o terceiro aplicativo mais baixado na categoria Shopping em todo o mundo durante todo o ano, também segundo o App Annie”, afirmou o executivo em resposta por e-mail. No radar de popularidade de apps da pesquisa Panorama Mobile Time/Opinion Box de dezembro de 2020, o Shopee apareceu pela primeira vez na camada de 2% a 4% de presença na home screen dos brasileiros.

Vale lembrar, a empresa é controlada pela Sea Limited, que tem entre seus outros serviços a Garena (criador do game Free Fire) e a empresa de serviços financeiros SeaMoney.

Cupons e datas comemorativas

Parte da estratégia do Shopee está atrelada aos cupons de desconto, um modelo replicado de suas operações no sudeste asiático e Taiwan. Recentemente, a empresa ofereceu R$ 1 milhão em cupons no mês do consumidor de 2021. Sem revelar os dados financeiros, a empresa disse que registrou um crescimento em compras no dia 15 de março 350% superior à média do dia nos meses anteriores. 95% dessas vendas foram em dispositivos móveis.

O produto mais vendido na data comemorativa ao consumidor foram máscaras de proteção Neoprene: 130 mil unidades foram comercializadas nos primeiros 15 dias da campanha. Os cinco itens mais procurados na plataforma foram smartphones, fones de ouvido, ring lights, maquiagem e relógios inteligentes, nesta ordem.

Mas o foco das compras dos brasileiros no Shopee segue em produtos de saúde, beleza, casa, decoração e acessórios móveis, como ocorreu na Black Friday de 2020, que teve a primeira grande campanha da empresa: “É notável que os brasileiros estão comprando mais produtos online voltados para o estilo de vida, especialmente produtos para a casa e o dia a dia, que tiveram um aumento já que as pessoas estão passando mais tempo em casa durante a quarentena”, explicou o executivo.

Por região, as capitais que tiveram mais vendas no Mês do Consumidor foram São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Mas destacam-se igualmente as cidades menores, como Araraquara (SP), Lins (SP) e Uberlândia (MG).