41% das empresas brasileiras pretendem aumentar o orçamento de segurança no próximo ano, sendo que 91% delas querem aumentar em mais de 10% o orçamento e 70% em mais de 20%. O dado é de um estudo global da Cisco com recorte em Brasil e México divulgado nesta quinta-feira, 4, e que teve 8 mil participantes no mundo e 600 latino-americanos.

De acordo com Ghassan Dreibi, líder de segurança da Cisco para a América Latina, o motivo é o risco de novas ameaças mais sofisticadas no mundo digital, como criptografia e inteligência artificial para explorar falhas que deem ganhos financeiros aos fraudadores.

Entre as ferramentas que as companhias planejam investir estão: atualização de ferramentas de segurança (73%); novas soluções ou melhoria para instalações de novas soluções (62%); e investimento em soluções de inteligência artificial (60%).

Em conversa com jornalistas e analistas de mercado, Dreibi afirmou que o México não é diferente. Um terço do empresariado mexicano (34%) afirmou que pretende investir mais em cibersegurança em um ano e focarão seus aportes em novas soluções e IA.

Global

Para Jeetu Patel, vice-presidente executivo/gerente geral de segurança e colaboração da Cisco, o fato de o investimento estar crescendo não significa necessariamente que as empresas andam aplicando bem esses recursos. O executivo chamou a atenção para o fato de que 6% das empresas que participaram da pesquisa estão no escuro sobre potenciais brechas.

Isso em um cenário em que 12% das empresas em todo mundo apontam que as ameaças de segurança baseadas em IA estão entre suas três principais prioridades para os próximos 12 meses.

Aqui, vale dizer que malware e phishing foram as principais formas de ataques sofridas pelas companhias, de acordo com suas respostas; e que os modos dos ataques mais comuns foram engenharia social (30%) e roubo de credenciais (29%).

Lição de casa

Com a necessidade de aplicar orçamentos em soluções corretas, Dreibi explicou que para endereçar problemas de cibersegurança precisamos acelerar investimentos em um formato de plataforma (ou seja, um vendor específico), pois “não dá mais para fragmentar soluções”.

Também reforça que é preciso “diminuir as lacunas de vulnerabilidade” com dispositivos não gerenciados e em redes Wi-Fi não protegidas. Para isso, as empresas precisam abraçar novas tecnologias como IA e cloud para melhorar a segurança em seus dados e dispositivos.

Por fim afirma que precisa recrutar novos talentos, uma vez que 84% das empresas globais apontaram que faltam profissionais de cibersegurança.

Preparo

Além da aplicação correta do orçamento, o líder da Cisco afirmou que as companhias precisam criar um “questionário base” para analisar como as empresas estão prontas contra os ataques cibernéticos neste novo universo digital. Dividido em cinco partes, o relatório da Cisco ainda avaliou como as empresas estão preparadas em segurança para identidade, máquinas, redes, nuvem e inteligência artificial.

Considerando aspectos como autenticação de usuários, gerenciamento de dispositivos, segmentação de rede, uso de aplicações de segurança em nuvem e de inteligência artificial para avaliar ameaças, o recorte brasileiro revelou que as empresas estão mais maduras em redes (12%) e estão iniciando mais a jornada em identificação (21%).

No México, a robustez de cibersegurança é similar à global. O nível de maturidade em IA, redes e identificação é o mesmo (6% para os três) no mercado mexicano, com um terço (31%) iniciando a jornada na nuvem. E, no mundo, IA e máquina são aqueles que aparecem com o mesmo percentual de maturidade (7%) e identidade está no começo da jornada de proteção também para um terço (34%).

Imagem principal: Arte de Nik Neves para Mobile Time