A Qualcomm apresentou o seu novo chipset top de linha para smartphones, o Snapdragon 855. A plataforma móvel, como a empresa prefere chamar, traz três importantes novidades em relação à versão anterior: 1) é compatível com redes de quinta geração (5G); 2) viabiliza a adoção de um sensor de digital na tela do aparelho, tecnologia chamada de “3D Sonic Sensor”; 3) traz visão computacional embarcada no ISP (Image Signal Processor), o que permite o reconhecimento de imagens pela câmera com mais rapidez.

Segundo a Qualcomm, o Snapdragon 855 tem uma performance três vezes melhor que seu antecessor, o Snapdragon 845, graças principalmente ao aprimoramento do seu motor de inteligência artificial.

O novo chipset estará presente em um smartphone da Samsung a ser lançado na primeira metade de 2019. As companhias não revelam qual seria o modelo, mas é razoável presumir que será o novo top de linha da companhia sul-coreana, que tradicionalmente é apresentado ao mundo em fevereiro, durante o Mobile World Congress. Ou seja, seria o sucessor do S9.

Ao longo de 2019, é esperado que todos os novos top de linha dos fabricantes que trabalham com chipsets da Qualcomm adotem o Snapdragon 855.

Complexidade

O presidente da Qualcomm, Cristiano Amon, comentou sobre a complexidade de se desenvolver smartphones 5G: é preciso trabalhar com múltiplas bandas, o que significa muito mais antenas dentro do aparelho, sem comprometer o consumo de bateria e nem aumentar a temperatura do device, e ainda reservar espaço para os demais componentes e sensores.

Cristiano Amon, presidente da Qualcomm, apresentando o Snapdragon 855

“O 5G é um problema do tamanho que a Qualcomm gosta de resolver. Tornamos inevitável o que antes era impossível”, disse o executivo, durante a apresentação do novo chipset, em um evento organizado pela Qualcomm no Havaí, nesta terça-feira, 4.

Amon relembrou os vários desafios que foram vencidos nos últimos anos para desenvolver o 5G. Primeiro se dizia que ondas milimétricas não funcionariam adequadamente; depois, que só funcionariam com visada; em seguida, que não funcionariam com mobilidade; por fim, que os smartphones 5G seriam grandes demais. Ao longo dos últimos três anos, a Qualcomm conseguiu provar que todas essas previsões estavam erradas, disse o executivo.