A aprovação do marco legal das startups, que atualmente tramita no Congresso Nacional, deverá servir para atrair investidores-anjo para o Brasil. Esta é a opinião de Diego Perez, diretor executivo da ABFintech (Associação Brasileira de Fintechs). “A nova legislação determina que o investidor-anjo não é um sócio da empresa. Isto traz um fator importante de segurança para potenciais investidores: se ele não é um sócio, automaticamente o seu patrimônio não está em risco em caso de falência”, disse Perez ao Mobile Time.

Mesmo antes da aprovação do marco legal, Perez considera que o número de investidores-anjo já vem crescendo devido a condições econômicas do País. “As taxas de juros caíram e as aplicações não estão com bom desempenho. Há mais capitais de giro no mercado prontos para investir. Além disso, o risco é menor e as facilidades aumentaram: hoje, com R$ 5 mil você investe numa startup”, afirmou.

Uma pesquisa feita com 268 investidores entrevistados durante os meses de maio e junho deste ano pela Anjos do Brasil, organização que visa fomentar a prática do investimento-anjo, mostra que o volume desse tipo investimento em startups nunca foi tão alto no País. O valor aportado por investidores-anjo no Brasil mais do que dobrou na última década, passando de R$ 450 milhões para pouco mais de R$ 1 bilhão ao fim de 2019. O valor médio investido também cresceu, passando de R$ 85 mil em 2011 para R$ 129 mil ao fim de 2019. Entretanto, a organização chamou a atenção de uma previsão de queda para 2020 por conta da pandemia e pelo excesso de tributação.

O pedido de urgência da aprovação do marco já foi entregue ao presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, e aguarda votação.