Em um processo visando democratizar o acesso à saúde privada, novos sistemas de telemedicina para realizar exames clínicos de forma mais efetiva estão sendo desenvolvidos por startups na área da saúde. Um exemplo é a healthtech Nilo, que oferece uma plataforma SaaS automatizada de captação, engajamento e navegação. O objetivo, conforme explica a CEO e fundadora da empresa, Isadora Kimura, é de “simplificar a experiência do paciente, enquanto facilita a atuação dos profissionais de saúde”.

Por meio de sua plataforma NiloCare – que funciona como um hub do paciente, concentrando todos os dados e histórico para as equipes médicas –, é possível a automatização de tarefas, reunindo informações de saúde que são autorizadas pelo paciente, como histórico de diabetes, jornada de tratamentos, procedimentos e cirurgias, retornos de consultas e exames.

Além disso, com esse sistema, os dados são mapeados e acoplados ao sistema do cliente, ao seu ERP e à solução de prontuário do hospital. A instituição, por sua vez, que está vinculada à plataforma, obtém maior taxa de engajamento, mais fidelização, produtividade das equipes e redução de no-show. Assim, “a NiloCare oferece um acompanhamento longitudinal para os pacientes e as equipes de saúde acabam ganhando efetividade com as automatizações e dados conectados”, pontua a executiva.

A ferramenta atua com o modelo de negócio SaaS, com pagamento recorrente, em que as organizações de saúde contratam a plataforma para trabalhar e desenvolver mecanismos com as fontes pagadoras, fazendo a correta utilização de serviços de saúde; obtendo aumento de ROI; reduzindo sinistralidade e custos operacionais na realização de programas de saúde”. Por parte dos prestadores, otimizam os processos de captação, engajamento e fidelização de pacientes, com aumento de receita.

Contribuindo para a estratégia de fortalecer o relacionamento com os pacientes, a Nilo criou um canal inteligente via WhatsApp, que permite que o usuário realize agendamentos e tire dúvidas. “Optamos por esse caminho porque o app tem forte aderência entre os brasileiros e se faz muito presente no dia a dia de pessoas de todas as idades”, explica.

“Outra questão é que a não utilização de um aplicativo próprio da Nilo nos ajuda a romper barreiras, como a questão de limitações tecnológicas de pessoas da terceira idade, da necessidade de uma curva de aprendizado com relação ao uso do aplicativo ou de falta de memória no celular. Além disso, com este canal podemos complementar apps e portais digitais de nossos clientes, potencializando o engajamento como um todo”, afirma Kimura.

A startup, que já impactou mais de 700 mil pessoas desde 2020 e levantou R$ 65 milhões em financiamento para novos projetos e produtos, tem, entre seus principais clientes, a Porto Saúde, o Grupo Fleury, o HCor, a Beneficência Portuguesa, Telavita, Dr. Consulta, Leve Saúde, Albert Einstein, Hospital Alemão Oswaldo Cruz, Conexa, Cannect, Omint, Grupo NotreDame e Intermédica.

O volume de clientes atendidos aumentou quatro vezes em menos de seis meses, alavancando as taxas de captação e, em uma das operadoras do País – não citada –, o ROI aumentou 336% e houve uma redução de nove pontos percentuais de sinistralidade. Além disso, teve um crescimento de 168% na eficiência em captação de pacientes de grande rede de clínicas e laboratórios; constatação de 92% de pacientes ativos ao longo do programa de acompanhamento; e 411% de aumento em taxas de vinculação em linhas de cuidado.

De acordo com a empresa, a expectativa para o final deste ano é de crescer três vezes em receita em relação ao ano de 2022. “Tudo isso culmina em uma atuação proativa e não mais naquele comportamento reativo de quando uma instituição de saúde apenas atende um paciente que foi em busca de uma consulta ou atendimento emergencial”, finaliza a CEO.