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A implementação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) a partir de agosto deste ano, o avanço da Internet das Coisas (IoT) nas empresas e a oferta de serviços de dados pelas operadoras serão os temas que mais puxarão investimentos em Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Brasil em 2020. A companhia apresentou nesta quarta-feira, 5, uma previsão do comportamento do mercado nacional neste ano.

Sobre a LGPD, Luciano Ramos, gerente da IDC Brasil em software e serviços, afirmou que 60% das organizações (médias e grandes) terão a segurança da informação em sua pauta e quase dois terços das companhias estarão em processo de adequação durante 2020. Das empresas que não estão preparadas, o percentual é baixo, menos de 6% dentro dos 60%.

“Essa jornada não é simples. Haverá um aumento das solicitações de privacidade pelos usuários e de mudanças em processos (nas empresas)”, disse Ramos. “O ‘estou só analisando’ é muito pequeno. Pouquíssimas empresas (menos de 6%) não estão se mexendo. Quando acontece é pela falta de know-how e de conhecimento de processos”.

A respeito do impacto na operação, o IDC acredita que 75% das organizações médias e grandes podem adicionar um executivo para gestão de dados (DPO) ou de prividade (CPO). E, em termos financeiros, os investimentos crescerão 9,6% em consultoria e serviços (integração, capacitação e treinamento) com US$ 456 milhões de receita. Já sobre o desenvolvimento customizado alcançará US$ 968 milhões em 2020, muito conectado às modernizações e adequações de apps na nuvem.

IoT

Em Internet das Coisas empresarial, Luciano Saboia, gerente de pesquisa do IDC Brasil em telecomunicações, prevê um aumento da complexidade de múltiplas conectividades (LoRA, NB-IoT e M2M, por exemplo), e um alinhamento da área de negócios com a área de TI para encontrar as métricas certas em cada indústria.

“90% das organizações vão determinar KPIs de negócios para determinar os ROIs de IoT nas empresas. O crescimento desse mercado será de 20% (hardware, Software, conectividade e serviços) e arrecadará US$ 9,9 bilhões de receita em 2020”, disse.

“Mobilidade cloud, inteligência artificial e machine learning, são tecnologias que caminham juntas com o desenvolvimento de IoT, bem como necessidades de Edge Computing. Veremos um casamento das conectividades, com os projetos de IoT e Edge Computing. Isso trará um aumento da complexidade para gerenciar as múltiplas conexões e teremos alinhamento do TI com os negócios”, completou Saboia.

Serviços digitais

Outra categoria que o executivo vê com potencial forte de crescimento são os serviços digitais ofertados pelas operadoras. De acordo com Saboia, essas companhias estão se empenhando para diversificar o portfólio de serviços e para isso vem aprimorando em gestão de redes, experiência do cliente e na ampliação de parcerias com empresas de TI e software.

“Elas (operadoras) têm um touchpoint enorme no mercado que habilita a massificação das ofertas. Os serviços que orbitam a conectividade (segurança, serviços gerenciado, serviços profissionais, IoT e infra) terão um maior êxito”, disse. “Juntas, elas devem representar 10% do mercado total de serviços gerenciados em 2020 no Brasil, com ao menos duas das operadoras delas no top 10 (rivalizando com IBM, Google, Salesforce, Oracle e Amazon, por exemplo)”.

Outros destaques

Além de IoT, os executivos da IDC destacam o desenvolvimento de serviços de analytics e inteligência artificial, que crescerão 11,5% e somarão US$ 548 milhões neste ano no Brasil, a maior fatia dessa receita é em análise de dados. O interesse em consultoria de negócios deve crescer 6,2% em AI e Analytics, principalmente em empresas especializadas, menores.

SD-Wan é outra categoria que deve crescer em 2020. Espera-se que mais da metade das empresas (médias e grandes) que possuem formação de redes de dados terão dados implementados terão algo em SD-WAN ao final de 2020. E 47% dessas empresas consideram players (integradores ou uso interno) diferentes das operadoras para essa implementação.  No geral, este serviço de rede terá um incremento acima de 70% em receita, ante 2018, excluindo a conectividade.