O CEO da TIM, Pietro Labriola, vê um movimento de reaquecimento no mercado brasileiro. “Ainda temos que esperar dezembro e o final do ano, mas o que percebemos nos últimos meses foi um movimento de aquecimento”, disse o executivo em encontro de final de ano com jornalistas. “Percebemos nas vendas do pré-pago e há outros sinais”, disse. Para ele, ainda é preciso ver se foi um efeito da liberação de recursos do FGTS, promoções de Black Friday ou 13º. De qualquer maneira, diz ele, o foco em 2020 será no aumento de receitas. “O aumento da receita média (ARPU) é fundamental. E para isso a gente precisa fazer com que as pessoas percebam valor na conectividade, porque estamos disputando com outros gastos dos nossos usuários. E o consumidor brasileiro é um consumidor que usa muito a Internet”. Uma das estratégias, por exemplo, pode ser passar a cobrar um pequeno valor por comodidades que hoje são oferecidas no modelo de zero-rating, ou seja, como benefício sem uso dos dados.

Sobre o leilão de 5G, Labriola entende que existe um desafio comum a governo e empresas que é entender o que se busca com o 5G. “Nas outras tecnologias, as decisões partiam do capex, do funding e das receitas que podiam ser geradas. Agora (com o 5G) vai além, porque é preciso que outros mercados, todo o ecossistema, também faça esse movimento”, diz o executivo.

Entre os vários modelos possíveis, ele aposta que a TIM terá uma vantagem de adotar o modelo de banda larga fixa pela rede 5G (FWA). “A gente não tem uma rede legada fixa, não precisa ficar decidindo se é melhor manter o foco nas redes existentes ou fazer uma nova”, diz. “Vamos com a estratégia certa onde for melhor”, ressalta. Para a TIM, a rede 5G permitirá à operadora entrar, por exemplo, na distribuição de conteúdos OTT.