O CEO da Vivo, Christian Gebara, acredita que a disputa entre os serviços over-the -top (OTTs) de entretenimento para estarem dentro dos pacotes da operadora está gerando uma competição benéfica a seu favor, algo que permite à empresa negociar contratos de revenue share mais vantajosos. Na última terça-feira, 5, o executivo explicou que os players estão disputando espaço na “vitrine” da operadora e seus clientes.

“Todo mundo quer o canal da Vivo para distribuir e estão competindo entre eles sobre a mesma base”, afirmou o CEO durante o Vivo Day, evento para analistas de mercado e investidores. “Isso porque é muito difícil ter um cliente só no topo da pirâmide que possa ter mais de um ou dois OTTs de vídeo”, exemplificou ao responder sobre a possibilidade de aumentar a margem EBITDA a partir deste serviço.

Gebara afirmou que embora não seja uma margem EBITDA alta (40%) como foi no passado, a disputa das OTTs permite à Vivo ter “um poder de negociação maior” com a disputa entre os players do mercado: “É uma briga deles, não minha”, afirmou.

“A margem EBITDA é menor, pois recebo a assinatura do serviço e tenho que repassar para eles (revenue share). Mas a questão aqui é que cada um dos OTTs cobra diferente”, disse. “Tem os entrantes que querem penetrar no mercado de música, tem a líder e outras que estão atrás. As concorrentes da líder podem pagar um revenue share melhor para serem mais competitivas na Vivo e, com isso, penetrar mais no mercado”, relatou.

“O que podemos fazer é dizer: ‘você, OTT que deseja estar nesta plataforma da Vivo ou lançar um plano pós-pago em conjunto, eu quero um revenue share nessas características, pois você é um entrante e não está consolidado”, disse o CEO.

Gebara lembrou que a dinâmica de consumo de streamings com operadoras ajuda na redução do churn, seja para a Vivo ou para os OTTs, uma vez que é comum que um usuário assine um serviço “para ver uma, duas ou três séries” e depois cancela esse streaming de vídeo e assina um rival para assistir outra série que interessa: “Portanto, existe uma concorrência que pode ser benéfica para nós”.

Consumidores e números

O executivo lembrou ainda que tem 2,7 milhões de clientes em planos com OTTs dentro de uma base elegível com 57 milhões de CPFs, por exemplo. E que este segmento rendeu para a operadora uma receita anual de R$ 563 milhões em 2023, 32% maior que R$ 426 milhões no ano anterior. Nos planos Selfie Amazon e Selfie Básico, a operadora obteve 10% de redução de churn no passado.

“Não quer dizer que os outros clientes não tenham OTTs, eles podem ter comprado via cartão de crédito, por exemplo. E eu não sei o tamanho do mercado ao todo. Mas sei que na minha base tem a conveniência de vender (o OTT) empacotado com serviço da operadora ou cobrado, através de uma fatura. O OTT se insere nesses 2,7 milhões de usuários. E essa base cresce todos os meses”, respondeu Gebara a Mobile Time ao falar que existe a oportunidade de crescer mais nos OTTs.

Atualmente, a companhia tem parcerias com: Amazon Prime Video; Max; Globoplay; Netflix; Premiere; Disney+; NBA League Pass; Combate; Telecine; Paramount+; Discovery+; Spotify.

Imagem principal: Presidente da Vivo, Christian Gebara, no Vivo Day realizado nesta terça-feira, 5 (Crédito: Vagner Medeiros/Vivo)