Modem 5G da Qualcomm

O vice-presidente de relações institucionais da Qualcomm, Francisco Soares, lamentou a proposta do governo de adiar mais uma vez o leilão do 5G, agora para o primeiro trimestre de 2021. Em conversa com jornalistas especializados na manhã desta quinta-feira, 6, o executivo explicou ainda que, além do atraso no certame, há a questão da limpeza espectral como outro entrave para o início da implementação da tecnologia.

“O negativo é o atraso e a questão da interferência (da TV satelital no 5G). Os testes não foram finalizados”, disse. “Acredito que não precisa limpar o espectro de imediato e atrasar o leilão. Tem soluções de engenharia. Acho que a migração para banda KU é o mais viável. Isso limparia o espectro e é melhor do que ter custos como filtros, que não são definitivos – precisarão ser retirados depois – e geram custos”.

Na conversa, Soares foi abordado sobre a questão da Huawei e o possível atraso para o 5G que sua disputa com os Estados Unidos pode trazer. Embora não tenha se posicionado de forma enfática e explicita, pois a Qualcomm vê esse problema como algo geopolítico, o executivo acredita que há, sim, uma falta de decisão por parte do governo a respeito da participação da fornecedora chinesa no 5G, o que pode atrasar o certame.

“Espero que o governo tome a decisão e não postergue. Ficamos preocupados que isso possa afetar e adiar ainda mais o leilão”, afirmou. “Nós não temos problemas com fornecedores da China, inclusive temos ótima relação com outras empresas na China. Fornecemos chips para eles”.