A Ericsson tem interesse em colaborar com a rede privativa móvel do governo federal. Segundo Rodrigo Dienstmann, CEO da Ericsson no Cone Sul, a companhia está em conversas iniciais com a EAF (administradora da rede federal) para participar do processo licitatório que será aberto.

O executivo acredita ainda que o conceito de rede privativa governamental pode ser explorado pela companhia em outras esferas, como governos estaduais que precisam de conectividade em bodycams e drones.

5G no Brasil

Dienstmann também explicou que o crescimento do core de rede 5G da Ericsson no Brasil está acelerado, puxado pela exigência do governo federal em ter uma rede standalone (SA) em contrapartida de um leilão não arrecadatório, algo que vai na contramão do relatório da Dell’Oro que prevê um ritmo de crescimento global lento da tecnologia até 2027.

Lembrou ainda que a companhia projeta vender 50% dos equipamentos de quinta geração neste ano e que, em 2022, a fábrica da Ericsson no Brasil chegou a exportar equipamentos para Índia, Estados Unidos, China e Chile. Com a liberação de frequências para o 5G em outros países latino-americanos como Argentina, Peru, Equador e Guatemala, a fornecedora ainda espera ampliar suas vendas neste ano. Na visão do CEO, esse movimento prova que o investimento de R$ 1 bilhão na planta brasileira “se provou”.

No mix de equipamentos, Marcos Scheffer, vice-presidente de redes de serviços para o Cone Sul da Ericsson, afirma que neste primeiro momento as operadoras focam em células macro para cobertura de 3,5 GHz. Em um segundo momento, entra o reforço em coberturas indoor e small cells: “Já temos alguns projetos com operadoras para cobertura indoor em localidades comerciais neste ano. Microcélulas devem demorar e ficarão mais para o comecinho do ano que vem”, completou.

Redes privativas

O CEO local da Ericsson afirmou ainda que o ecossistema de redes privativas está “se adaptando”, uma vez que a parte de sensores da indústria estão mudando de tecnologias como cabo e Wi-Fi para o 5G. Contudo, Dienstmann afirmou que isso é um pouco mais lento. Ainda assim, o executivo confirmou que estão trabalhando para desenvolver mais parcerias neste ano com operadoras e integradores.

FOI

Paulo Bernardoccki, diretor de soluções de redes da Ericsson, fará uma palestra sobre ‘Network slicing: quais as oportunidades de negócios?’ em 23 de março, o segundo dia do Fórum de Operadoras Inovadoras (FOI), que acontece no WTC, em São Paulo. Vale lembrar que o slicing de rede é uma das tecnologias mais promissoras para o 5G e deve atingir receita global de US$ 45 bilhões em 2025, segundo um reporte recente da fornecedora.

Além do Network Slicing, o seminário contará com painéis sobre o Plano Nacional de IoT; modelos de negócios em Wi-Fi; oportunidades com espectro não licenciado; redes neutras; e FWA. A agenda atualizada e mais informações estão disponíveis em www.operadorasinovadoras.com.br.