“O mercado mobile nunca esteve tão saudável”, acredita Alberto Griselli, CEO da TIM. Para o executivo, este fato se dá por duas combinações de forças: a primeira delas seria uma mudança no cenário do mercado com a redução de competidores de cinco para três (com Nextel e Oi Móvel sendo vendidas respectivamente para Claro e para as três maiores operadoras do País). Já a segunda seria pela alta demanda do consumidor.

De acordo com o executivo, a mudança de mercado foi de um cenário competitivo baseado em volume (com cinco competidores) para um cenário baseado em valor – com três.

“Esse foi um processo longo e acidentado. Como resultado do mercado ser muito mais racional agora, competimos contra nossos concorrentes basicamente na qualidade do serviço, experiência do cliente e inovação”, resumiu o executivo.

O segundo ponto observado por Griselli durante sua apresentação no TIM Investor Day, transmitido online nesta terça-feira, 7, direto de Nova Iorque, é o uso massivo do celular no cotidiano de todos os brasileiros. Neste sentido, o CEO explicou que, apesar da alta demanda no uso, com infinitos produtos e serviços oferecidos via mobile – inclusive o Pix – há um baixo uso de dados por parte do consumidor em comparação com outros mercados. Enquanto o brasileiro consome em média 5 GB por mês, nos Estados Unidos esse número salta para 31 GB. E, entre os dois países, estão Alemanha (7 GB), Espanha (13 GB), China (18 GB) e Itália (19 GB).

“Portanto, o aumento no consumo de dados pode resultar em uma grande oportunidade em crescimento de receita”, acredita.

5G

De acordo com Leonardo Capdeville, CTIO da TIM, os 100 MHz de espectro da banda C é um montante generoso, de muito boa qualidade e capacidade, e abrirá muitas oportunidades não somente no B2C, mas no B2B também.

Para a quinta geração de rede móvel, Capdeville acredita que a TIM está mais avançada do que seus competidores, tendo já coberto todos os bairros de grandes cidades – como São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. “Estamos implementando a estratégia offloading, ou seja, migramos o cliente para o 5G e temos dois fenômenos. O primeiro deles é a qualidade do 5G e, ao mesmo tempo, estamos reduzindo a quantidade de clientes na rede 4G que acaba melhorando sua qualidade com menos acesso”. Segundo o executivo, o cliente que migra para o 5G aumenta em duas vezes o NPS da operadora em comparação com o cliente que fica no 4G. Ao mesmo tempo, em qualidade de rede, o 5G está 20 pontos percentuais à frente na comparação com o 4G.

A estratégia em acelerar o 5G tem uma explicação: segundo Capdeville, o investimento por gigabyte no 5G é mais barato do que no 4G. “Ao investirmos no 5G, estamos reduzindo o investimento no 4G. Estamos sempre à procura de investimentos futuros. Foi assim no 3G para o 4G. Paramos de investir no legado da época. E agora estamos fazendo o mesmo com a migração do 4G para o 5G. Estamos olhando sempre para os investimentos do futuro”, explicou.

O executivo disse ainda que muitas das infraestruturas 4G são massive MIMO – que foram instaladas com a mesma estratégia de estar à frente na tecnologia – e, graças a isso, quando houver uma migração mais forte para o 5G, será possível apenas ajustar o software para migrar para a rede de quinta geração móvel, reduzindo os custos.

ARPU e Churn

No terceiro trimestre, o ARPU na TIM ficou em R$ 30. “Mas se considerar o tíquete médio gasto pelo brasileiro em serviços de telecomunicações e sua renda per capita, ainda é baixo se comparado com outros serviços essenciais ou até mesmo transporte público ou um cafezinho”, comparou Griselli.