A Apple comprou a startup Platoon, de Londres, que trabalha com músicos – mas também com escritores – para produzir (tem seu próprio estúdio), distribuir e vender seus trabalhos, usando analytics para descobrir talentos, e entender a melhor maneira de direcionar e comercializar esse conteúdo. Trata-se do equivalente tecnológico dos serviços de profissionais de Artists and Repertoire (A&R), divisão de uma gravadora responsável pela pesquisa de talentos e desenvolvimento artístico dos músicos. A notícia foi divulgada no site da Music Business Worldwide. No LinkedIn, o cofundador e CEO da Platoon Denzyl Feigelson confirmou a aquisição.

A Platoon desenvolveu uma série de artistas em estágio inicial no Reino Unido e nos EUA nos últimos dois anos. A empresa trabalhou com artistas como Billie Eilish antes de assinar com a Interscope, em 2017, além de estrelas do Reino Unido como Stefflon Don e Jorja Smith. O primeiro assinou um contrato de sete dígitos com a Universal/Polydor, enquanto o segundo fechou um acordo de distribuição com o The Orchard, da Sony, para seu álbum de estreia, lançado em junho de 2018.

Segundo a MBW, Feigelson liderará a equipe da Platoon a partir de sua sede em Tileyard, em Londres, onde tem dois estúdios de gravação. Tudo indica que a Platoon continuará a apoiar artistas em diversas áreas, incluindo suporte a turnês, conteúdo original, marketing de mídia social e estratégias de expansão global.

Uma fonte próxima à Platoon disse à MBW que o negócio dará suporte à empresa britânica a continuar a desenvolver artistas e conteúdo visual – deixando-os livres para assinarem com quem eles quiserem e distribuir suas músicas onde bem entenderem. A ver.

Outras aquisições musicais

Em maio deste ano, o jornal Financial Times anunciou o interesse da Apple na compra da Beats Eletronics, fabricante de headphones e outros acessórios de música. Em meados de outubro, a empresa californiana havia contratado os fundadores da startup musical Asaii e, em setembro, a Apple anunciou a conclusão da compra da Shazam .

Saída pela música

A Apple precisa se reinventar. E expandir o alcance das ofertas da Apple Music é uma das soluções da empresa. Seu interesse em serviços de música deve estar ligado ao fato de que as vendas de seus iPhones têm diminuído gradativamente, o que faz parte de uma tendência global, resultante da saturação de telefones celulares pelo mundo. E, assim, para continuar aumentando suas receitas globais, a Apple expandiu seu foco para mais serviços que rodam em seu hardware.

Suas operações de mídia e, especificamente, de música, têm sido as principais beneficiárias disso, com algumas das maiores aquisições da Apple sendo feitas para fazer crescer esse negócio.