A Thales registrou um crescimento de 10 pontos percentuais na proporção de cartões contactless emitidos no Brasil do primeiro para o segundo trimestre de 2019, passando de 25% para 35%. De acordo Cássio Batoni, head da área de marketing e desenvolvimento de negócios em bancos e pagamentos da empresa, esse movimento continuará sua curva de crescimento nos próximos meses.

“Este será o ano que a emissão de cartões com NFC ultrapassará a emissão de cartões com contato (chip)”, afirmou o executivo. “Esse movimento ajuda a indústria de pagamentos como um todo. Veremos um desenvolvimento mais forte do contactless a partir do segundo semestre com cartões, mas também com carteiras, vestíveis e uma série de soluções combinadas”.

Batoni crê que o cartão com NFC será o cavalo de batalha dos bancos brasileiros. Na visão do especialista, as instituições bancárias começarão a enviar mais cartões com essa tecnologia ao mercado a partir do segundo semestre. Um dos primeiros que deve fazê-lo será o Banco do Brasil. Ele cita como exemplo as emissões que ocorrem em outros países da região sul-americana. O Chile tem 80% de seus cartões emitidos sem contato; a Argentina, 50%; a Colômbia, o Peru e o Equador, 100%.

“O mercado bancário ainda tem uma ‘força de arraste’ muito grande. O cartão vai permanecer como porta de entrada do cliente e isso continuará por alguns anos. A prova disso foi a Apple lançando o seu próprio cartão de crédito”, disse Batoni. “Os bancos estão buscando tangibilizar seus clientes. Para isso, estão fazendo a lição de casa. Antes lançavam primeiro o serviço e depois o produto, hoje fazem o contrário”.

O líder da área de bancos e pagamentos da Thales lembra que o parque de máquinas de pagamento tem 75% dos POS e mPOS aptos ao pagamento contactless.

Celulares com NFC

Por outro lado, o executivo ressalta que apenas 20% celulares têm NFC no mercado brasileiro. Na América Latina são 25%. Isso deve deixar um caminho bastante aberto para os cartões. Mas Batoni ressalta que há espaço para todos.

“Tem espaço para muitos players (carteiras, celulares, vestíveis, entre outros). Isso acontece pois a base da pirâmide tem necessidade que os bancos não atendem”, explicou. “Mesmo no Brasil, há vários mercados para trabalhar, desde o desbancarizado até o bancarizado que precisa de mais serviços e soluções”.

Mensagens e chips

Outro tema introduzido por Batoni foi o desenvolvimento da companhia em telecomunicações. Ele explicou que hoje este segmento da indústria é muito mais forte na aquisição de soluções e serviços do que chips, uma vez que as compras de SIMcards diminuíram e o eSIM é comprado por apenas duas empresas (Samsung e Apple).

“Em telecomunicações nós temos soluções de troca de aparelho (trade-in), atualização over-the-air (OTA) e o VAS que nós vemos um tremendo potencial. Hoje transacionamos mais de 60 milhões de smart messages por mês no Brasil. É uma solução que cresce pelas taxas de conversão serem maiores que o SMS. Temos clientes como varejistas, seguradoras e bancos”, disse o head da Thales. “No eSIM, a grande questão é se os fabricantes vão aderir. É um movimento que, se avançar, pode atrelar vários serviços”.

RCS

Batoni ressalta ainda que outra iniciativa da empresa é o RCS. A Thales está conectada ao Google para o desenvolvimento da solução.