|Publicado originalmente no Teletime| O interesse da Dish pelo uso da faixa de 12 GHz para entrega de serviços 5G nos Estados Unidos tem causado uma disputa com a SpaceX, que teme interferência sobre os serviços de sua constelação de satélites de baixa órbita (LEO) Starlink.

A disputa travada há alguns meses ganhou mais um capítulo nesta última quinta-feira, 7, quando a 5Gfor12GHz Coalition – que tem a Dish e a Dell Technologies entre as apoiadoras – subiu o tom contra conclusões apresentadas pela Starlink à comissão federal de comunicações dos Estados Unidos (a FCC), o órgão regulador norte-americano.

A coexistência do 5G com outros serviços no 12 GHz tem sido estudada pela FCC há 18 meses. No curso do processo, a Starlink argumentou que a ativação dos serviços móveis na faixa geraria interferência prejudicial sobre a constelação de satélites em 77% do tempo, levando até mesmo à interrupção de serviços.

A avaliação foi duramente contestada pela 5Gfor12GHz, que defende a liberação do espectro em banda Ku para “turbinar” o 5G dos Estados Unidos. A abordagem da Starlink foi classificada pela entidade como um “documento político autoproduzido sob o disfarce de análise técnica” e que considerou apenas a cidade de Las Vegas como objeto.

“Dada a sua topologia e morfologia únicas, Las Vegas está entre as geografias mais desfavoráveis para analisar a coexistência (quase dez vezes mais desfavorável para a coexistência 5G/satélite do que a média nacional)”, afirmou a coalizão 5Gfor12GHz.

A associação também falou em campanha de desinformação da operadora satelital, visto que a Starlink instou consumidores a abordarem a FCC com queixas contra o possível uso do 12 GHz para o 5G da Dish. “Essa tática, comumente usada por Elon Musk, não é apenas falsa, mas promulga uma narrativa anti-5G prejudicial aos consumidores americanos que merecem maior concorrência, opções de conectividade e inovação”, disparou a 5Gfor12GHz.

De acordo com estudos encomendados pela coalizão, a coexistência de serviços 5G e satelitais na faixa de 12 GHz seria possível e não causaria risco de interferência em 99,8% dos satélites não geoestacionários (NGSO). Os dados foram apresentados à FCC em maio.