Da esquerda para a direita: Gustavo Monteiro, Kushki; Tom Canabarro, BoaVista; Juan Pablo D’Antiochia, Worldpay; Rodrigo Matheu, Bauducco; Bruno Diniz, Spiralem. (Crédito: divulgação)

O mercado de meios de pagamento passa por mudanças rapidamente, está sempre em transformação. Apesar de impactante, o Pix foi apenas uma dessas. Olhando para o futuro, Juan Pablo D’Antiochia, vice-presidente sênior da Worldpay para América Latina, acredita que a carteira digital é a principal tendência. Segundo estudo da companhia global, 38,6% dos pagamentos devem ser feitos por essa modalidade no mundo até 2025.

“Acho que aqui no Brasil nós não estamos dando a relevância que isso precisa”, afirmou D’Antiochia, durante a IX Conference, em São Paulo, nesta terça-feira, 8. Em sua análise, após o fim do duopólio que ocorria até 2010, o setor de meios de pagamento do País se expandiu em diferentes nichos. Agora, vive um momento de consolidação, no qual as carteiras digitais ainda possuem pouco espaço.

Apesar de não haver muita diferença no tempo que leva para fazer um pagamento com carteira digital daquele que se despende com o cartão contactless, por exemplo, o VP ressaltou que a tecnologia móvel tem como uma de suas grandes vantagens a praticidade e conveniência. Além disso, passa uma sensação de segurança, porque há pouca troca de informações, como com o cartão, em que pode ser preciso digitar uma senha.

D’Antiochia falou do papel das carteiras digitais na “briga que os superapps têm para ocupar o tempo de tela das pessoas”. Afinal, a tecnologia pode ser utilizada para pagamentos em qualquer plataforma, desde apps de comida e mercado a até mesmo realizar um saque em banco. “Os superapps estão brigando por esse espaço no nosso smartphone. Ainda estamos vendo a ponta do iceberg”, disse.

Mudanças no comportamento

A partir de pesquisa que ainda deve ser divulgada pela Worldpay, o VP também contou que outra tendência no mercado de pagamentos é a customização da experiência do consumidor. As gerações possuem cada uma um comportamento neste sentido: a Z, mais nova, é totalmente digital; os millennials, que querem garantir uma vida mais confortável, são adeptos do “buy now, pay later”; os mais velhos priorizam a questão da segurança, enquanto os boomers se sentem isolados no mundo digital.

O que antes era uma diferença principalmente econômica, que separava pessoas que usavam cartão de crédito daquelas que usavam o boleto, por exemplo, agora se tornou uma questão geracional. É  para isso que o mercado precisa olhar, oferecendo diferentes soluções a esses públicos.