Os executivos de Banco do Brasil, Banco Inter e Mercado Livre acreditam que há convivência (ou ‘simbiose’, como os players costumam chamar) entre grandes bancos e fintechs no mercado financeiro brasileiro. Contudo, veem com ressalvas, uma vez que competem por espaços similares. O tema foi debatido em evento organizado pela Fitch Rating nesta quinta-feira, 9.

Em painel que analisava os dez primeiros anos da entrada das fintechs em um mercado dominado pelos bancos tradicionais, Alexandre Riccio de Oliveira, vice-presidente do Inter, afirmou que há convivência entre os dois. Mas também vê competição forte. Em especial quando as fintechs transacionais (no formato mais próximo do banco digital, ante uma carteira) disputam clientes e começam a avançar em mais frentes de negócios, como crédito e investimento.

Por sua vez, André Ventura, country treasury do Mercado Livre, acredita que não há uma competição direta, pois as fintechs geralmente buscam atrair clientes desbancarizados. Ainda assim, acredita em um eventual cenário de consolidação do mercado.

“Sou bastante otimista e acredito que a tendência de simbiose será cada vez maior. As fintechs estão indo para um público não bancarizado ou dão soluções de cross sell para o varejo, de maneira complementar. É possível uma fintech oferecer os mesmos serviços que um banco. Mas isso sozinho não gera concorrência com os grandes bancos. Por outro lado, a inovação tecnológica também é absorvida pelos grandes bancos. Mas vale dizer, a consolidação deve acontecer. Mas não é por concorrência, e sim por expansão nacional da indústria”, disse o representante do e-commerce.

Daniel Alves Maria, diretor financeiro e de relações com o investidor do BB, afirmou que as fintechs “mudam o tabuleiro competitivo” do mercado financeiro, e os novos entrantes “podem ser complementares” em segmentos em que a instituição financeira não está. Além disso, o executivo lembra que o BB avança para estar mais próximo do conceito de “banco como plataforma”.