Alberto Griselli, CEO da TIM, durante o lançamento do 5G em São Paulo em 2022 (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)

O CEO da TIM, Alberto Griselli, acredita que a entrada do FWA pode acelerar a expansão de geração de caixa da operadora. Em conversa com analistas financeiros nesta sexta-feira, 10, o executivo apontou a oferta de redes wireless com 5G como uma das oportunidades para o futuro.

Griselli explicou que o primeiro ponto para prover o FWA é ter cobertura 5G, algo que já está bem disseminado nas capitais. O próximo passo são as oportunidades de uso da tecnologia FWA no B2B. O executivo deu como exemplo a parceria para instalar CPEs e conectividade em agências do Itaú. E, por fim, o segmento dos consumidores.

“À medida que formos para cidades menores, nós veremos possibilidade de usarmos outras tecnologias, como o FWA, para complementarmos a banda larga fixa. A gente explicou como vemos isso no Investor Day no ano passado”, completou.

Porém, o executivo da TIM explica que há problemas em custos, assim como relatou o seu competidor, Paulo Cesar Teixeira, CEO da Claro, em conversa com esta publicação ontem. Mas espera que esse problema seja resolvido até o final do ano para entrar em segmentos que têm cobertura 5G para o B2C.

“Isso não é necessariamente apenas nas periferias, mas também no centro das cidades. É uma coisa que vamos colocar no pipeline provavelmente até o final deste ano para estarmos comercialmente ativos até 2024”, disse.

A companhia analisa que a oferta do FWA pode ser usada não apenas para complemento de receita na TIM fibra, mas também na móvel: “É uma outra solução com características diferentes que vai compor produtos e serviços”, completou.

As perspectivas para o FWA no mercado brasileiro serão tema de um painel no Fórum de Operadoras Inovadoras, evento organizado por Mobile Time e Teletime nos dias 22 e 23 de março, no WTC, em São Paulo. A agenda atualizada e mais informações estão disponíveis em www.operadorasinovadoras.com.br.

Estratégia móvel em 2023

O CEO da TIM confirmou ainda que deve manter a estratégia de monetização nas redes móveis que tem como pilares: upsell (migração entre segmentos); oferta de SVAs pagos e gratuitos; oferta de plataformas de serviços para o consumidor (como a recente parceria com Cartão de Todos); e aumento de preços em troca de mais dados de navegação no plano.

Neste cenário, Griselli reconhece que deve seguir estratégia similar à Vivo e aumentar os preços em alguns segmentos.

“Quando olhamos os últimos meses e vemos a dinâmica de pré-pago e pós-pago, o mercado está bastante racional e calmo nos últimos dois a três meses. Esse é um setor que não conseguimos repassar a inflação em alguns anos. Tivemos que fazer alguns ajustes de preço recentemente, isso beneficia o crescimento de receita no pré-pago. E vimos ajustes de preços nesta semana com o líder de mercado no pós-pago. Portanto, acho que o racional vai permanecer nos próximos meses”, concluiu.

Limpeza da Oi

Outro tema debatido na conversa foi a limpeza de clientes inativos Oi feita no final de 2022. Griselli afirmou que a base da Oi estava “inflada”, e por isso precisou fazer os cortes que foram da ordem de um terço dos 16,4 milhões de usuários migrados, o equivalente a 5,1 milhões de desconectados. Ainda assim, afirmou que não há impacto na receita, pois 70% da sinergia vem da infraestrutura (espectro e torres) e os 30% restantes são oriundos da margem de contribuição dos clientes da Oi.

“Quando tem 5,1 milhões de clientes que não usam tráfego, isso não impacta (na receita). Esses consumidores não geravam receita ou tráfego, só inflavam a base”, afirmou, além de lembrar que esse corte é objeto do processo de ajuste de preço da compra da Oi pelas três operadoras.

“Olhando a customer base, cada operadora tem uma política de cancelamento. Nós temos as nossas e temos as regras de classificação de cliente”, concluiu.