Da esquerda para direita, Leandro Vilain (Febraban), Leonardo Enrique (Serasa Experian), Lincoln Ando (idwall), Jayme Chataque de Moraes (Santander Brasil),  e Cristiano Gomes (Bradesco). Foto: Gustavo Drullis/Mobile Time

O Brasil está na vanguarda do open finance no mundo, na opinião de Jayme Chataque de Moraes, head de open finance e CBDC do Santander Brasil. O executivo e outros participantes de painel realizado na Febraban Tech, em São Paulo, nesta quarta-feira, 10, avaliaram a implementação do sistema no País como um caso de sucesso.

“A gente tem que ter muito orgulho do que está botando de pé, porque o que a gente colocou à disposição dos brasileiros em open finance é a experiência mais ampla do mundo. Não tem nenhum país que tem a quantidade de produtos com variáveis compartilhadas como o Brasil”, afirmou.

Moraes comparou a experiência brasileira à do Reino Unido, que iniciou seu projeto de sistema financeiro aberto em 2018, onde o Santander também atua. Segundo o head, houve várias conversas com a equipe que coordenou a implementação por lá. No país britânico, o crescimento foi muito mais lento, com dificuldade de integração de APIs, demora na adesão dos bancos mais relevantes e o comportamento imprevisível do consumidor.

“No Brasil, é impressionante a velocidade com que muitas pessoas se engajaram. A gente vê isso desde métricas de compartilhamento até métricas de interesse nos nossos aplicativos. O comportamento é incrível, do ponto de vista de testar a inovação”, explicou o head. “Mas esse mesmo brasileiro que se aproxima e testa também abandona muito rápido”, contrapôs.

Para Leonardo Enrique, head de open banking do Serasa Experian, um dos fatores que ajuda na adoção dos brasileiros ao sistema aberto é sua característica mercadológica. “Está tudo conectado com a proposta de valor que a gente leva ao cliente. Se a proposta é clara, tangível, gera benefício para ele no curto, médio e longo prazo. Ele vai entender e isso e adotar”, afirmou.

“Open finance no Brasil é o mais seguro do mundo. Ele conta com o que há de mais moderno no ponto de vista de segurança”, constatou Cristiano Gomes, head de plataformas digitais e ecossistemas do Bradesco. Segundo o executivo, o País foi o primeiro a criar um padrão aberto seguro para uso transacional financeiro de APIs, o FAPI (Financial-grade API).

“A gente passou por uma fase de estabilização muito grande em termos de qualidade. É o que colocou o Brasil como um benchmark em termos de open finance”, afirmou Ivo Mósca, superintendente executivo de open finance e digital payments do Itaú Unibanco, em outro painel realizado no mesmo dia, na Febraban Tech. “O Brasil passa a ser o líder mundial em termos de open finance, para mim.”