Thamilla Talarico, sócia-líder de blockchain e cripto na EY Brasil. Foto: Henrique Medeiros/Mobile Time

A sócia-líder de blockchain e cripto da EY Brasil, Thamilla Talarico, acredita que o desenvolvimento da Moeda Digital Emitida pelo Banco Central Brasileiro (CBDC brasileiro) é uma evolução do Pix e do open finance. Durante o Febraban Tech nesta quarta-feira, 10, a executiva  afirmou que o Real Digital trará uma série de vantagens como a possibilidade de se programar pagamentos e até criar alicerces para descentralização financeira e a entrada das finanças na Web3.

Fabio Araujo, coordenador da iniciativa de Real Digital no Banco Central do Brasil, afirmou que o Real Digital “fecha um arco de democratização e acesso dos brasileiros aos serviços financeiros”, uma evolução que começou com o Pix sendo a “entrada à digitalização dos brasileiros” e agora tem o open finance com a “economia da informação” que pode oferecer serviços financeiros customizados ao consumidor.

Araujo explicou ainda que o Pix permite ao regulador brasileiro evoluir mais com o CBDC ante outros países. Isso acontece pelo fato de que muitos dos bancos centrais ainda estão desenvolvendo um sistema de pagamentos instantâneos e, sem isso, só podem avançar com CBDC no atacado, ou seja, entre bancos. Como o Brasil já possui o Pix, o Bacen  pode entrar com a solução de atacado e varejo (para o consumidor final).

Talarico afirmou ainda que o real digital é uma “expressão digital da moeda física”, pois a tecnologia utilizará benefícios que hoje estão empregados apenas em criptomoedas; mas terá a estabilidade da moeda fiduciária brasileira e o controle por parte do Banco Central, algo que os criptoativos não têm hoje.

Contudo, a especialista acredita que há barreiras, como o receio por parte de investidores e empreendedores com a tecnologia. Para resolver isso, a sócia da EY disse que é preciso colocar uma “camada de compliance” na tecnologia de CBDC.