O Google realizou uma nova rodada de demissão nesta quinta-feira, 11. De acordo com o The New York Times, os cortes ocorreram em centenas de posições, como as divisões que cuidam do assistente de voz e dos produtos de hardware da empresa. Entre os confirmados pela imprensa no corte estariam os cofundadores da Fitbit, James Park e Eric Friedman, que venderam sua empresa de vestíveis para o Google por US$ 2,1 bilhões em 2021.

Também teriam deixado a companhia profissionais que trabalham nos times dos produtos Nest (casa inteligente), Pixel (smartphones, tablets, fones e relógios) e Fitbit (relógios e pulseiras), além de um time que trabalha com realidade aumentada.

Efeitos e Brasil

Mobile Time procurou o Google no Brasil para entender o impacto das demissões na operação local. Em nota a companhia informou que tem investido de “maneira responsável nas maiores prioridades de nossa companhia” e nas oportunidades significativas à frente.

“Para melhor nos posicionar para essas oportunidades, diversos times fizeram mudanças na segunda metade de 2023 para se tornarem mais eficientes, alinhando recursos às suas principais prioridades. Alguns times continuam a fazer essas mudanças organizacionais, que incluem a eliminação de alguns cargos globalmente. Continuamos a oferecer suporte aos funcionários impactados para que eles possam buscar novas posições dentro e fora do Google”, informou a companhia em sua nota.

Questionada se as demissões afetam de algum modo a operação no Brasil, a equipe de comunicação da empresa informou que não compartilharia dados regionais neste momento.

Estratégia

A controladora do Google, a Alphabet, definiu em julho de 2022 que o Google passaria por uma rodada de demissões para melhorar a eficiência operacional. Em 11 janeiro de 2023, menos de um ano depois, a companhia iniciou os cortes de 12 mil funcionários, o equivalente a 6% do total, em um processo que se alongou pelo primeiro semestre do ano.

Além das demissões para enxugar seu quadro (que chegou a um total de 190 mil empregados no final de 2023) e ganhar eficiência, a companhia tem visto um aumento na disputa de alguns segmentos que tinha domínio de mercado, como:

  • Inteligência artificial e nuvem, em especial com a parceria entre OpenAI e Microsoft;
  • Publicidade digital com a Apple reduzindo o rastreamento de usuário e mudando a dinâmica de investimento das empresas em publicidade digital (antes focado em Google e Facebook) e o avanço de rivais, como o TikTok.

Também tem sofrido diversos reveses regulatórios e judiciais que mudam o seu modelo de negócios, como os Atos de Mercados e Serviços da Europa, imposição à abertura do ecossistema de pagamentos na Google Play na Coreia do Sul e mais recentemente a derrota para a Epic Games na Justiça norte-americana também pelo lock-in de pagamento na loja de apps.

Crédito da ilustração no alto: imagem produzida por Mobile Time com IA generativa.