1 milhão de estudantes brasileiros têm acesso à Árvore, uma plataforma digital que oferece um acervo de 35 mil livros em formato digital, de mais de 600 editoras. Essa base de usuários cresceu cinco vezes ao longo do ano passado, impulsionada pela transformação digital das escolas brasileiras, em razão da pandemia do novo coronavírus. 60% dos estudantes são da rede pública de vários estados e municípios. Ao todo, a startup atende estudantes de 3,5 mil escolas, entre públicas e privadas. E sua expectativa é dobrar esses números em 2021, chegando a 2 milhões de alunos e 7 mil instituições de ensino, informa seu cofundador e CEO, João Leal, em conversa com Mobile Time.

“A Árvore tem a missão de transformar o Brasil pela educação a partir da leitura. Acreditamos no poder da educação e da leitura na vida das pessoas. Nosso objetivo é apoiar pais, estudantes, professores e gestores escolares para que se interessem mais pela leitura e leiam mais ao longo do ano. Queremos contribuir para a formação de novos leitores no Brasil, que é um grupo ainda muito pequeno”, comenta Leal. Ele próprio cresceu em uma família que valoriza a leitura: é filho de uma professora e de um vendedor de enciclopédias Barsa.

A startup realiza um trabalho de catalogação para que os alunos acessem conteúdo que faça sentido para a sua faixa etária. Além disso, a plataforma confere autonomia para a escola gerenciar o acervo da forma que preferir, por entender que cada uma tem características diferentes, explica o executivo.

Cada professor pode indicar a leitura de diferentes livros ao longo do ano e acompanhar em relatórios a utilização da plataforma pelos seus alunos. O professor sabe se os estudantes leram o livro indicado; quanto leram; e também se acessaram outros títulos.

Para incentivar a leitura pelos alunos, a plataforma é gameficada. O estudante ganha pontos quanto mais leem. Esses pontos são convertidos em árvores em uma floresta virtual de cada usuário e que pode ser vista pelos seus amigos. “O que faz as árvores crescerem é o hábito de leitura, que é refletido em nível de umidade daquela floresta. Se a pessoa fica três dias sem ler, a floresta para de crescer. Isso estimula os alunos”, relata o executivo.

Além disso, um algoritmo desenvolvido pela própria startup sugere novos títulos de forma personalizada para cada usuário, com base no seu histórico de leitura. No ano passado, a prateleira com sugestões personalizadas foi a mais popular da plataforma. 

A estratégia tem surtido efeito. Cada estudante lê em média 6,2 livros por ano na Árvore, enquanto a média do País inteiro é de 2 títulos por habitante por ano. A campeã dentro da plataforma é a rede pública de São José dos Campos/SP: cada aluno da cidade leu em média 26 livros em 2020, informa Leal.

Atualidades

A empresa conta ainda com um outro produto, que consiste na produção de uma revista digital semanal sobre atualidades, feita sob medida para cada ano escolar. Para os alunos do ensino médio, foi firmada uma parceria com o Nexo, que fica responsável pela produção do conteúdo.

Modelo de negócios

A startup fecha contrato diretamente com as escolas, ou com secretarias de educação, no caso da rede pública. É acertado um valor por aluno, que pode ser pago pela escola ou pelos responsáveis.

As editoras, por sua vez, são remuneradas de acordo com a leitura de seus títulos. Todo mês é emitido um relatório com os números de acesso aos livros e o valor devido.

MobiEditorial

Leal é um dos painelistas confirmados na 1ª edição do evento online MobiEditorial, organizado por Mobile Time, e que contará também com representantes da Companhia das Letras, Estadão, Globo Livros, Grupo Editorial Record, Libre, Skeelo e Verisoft. O evento acontecerá no dia 2 de março. Confira a programação e mais informações no site www.mobieditorial.com.br ou consulte a equipe de eventos do Mobile Time:  [email protected] / 11-96619-5888 / 11-3138-4619 (WhatsApp).