Natália Foditsch, especialista sênior da A4AI/Webfoundation, participou do Tela Viva Móvel 2021

Para que até 2030 todas as pessoas do planeta tenham conexão de qualidade, a chamada “conectividade significativa”, será necessário um investimento de US$ 428 bilhões. Somente no Brasil, para que a meta seja atingida, este valor é de pelo menos US$ 11 bilhões, uma vez que estamos entre os 20 países do mundo com mais necessidade de aplicações no setor.

Estes números fazem parte de um estudo feito pela A4AI, iniciativa da Web Foundation, organização que trabalha junto a governos e sociedades civis para que existam políticas públicas e de regulação que determinem banda larga por valores mais acessíveis em todos os países. A UIT (União Internacional de Telecomunicações) também participou do trabalho. “Existe um teto de valor para que consideremos  acessível: para cada 1 Gb de dados por mês, a pessoa não pode gastar mais do que 2% de sua renda. No Brasil, 60% da população paga este valor, mas 40% pagam mais. Nestes 60% há disparidades, como os tipos de dispositivos e acessos, por exemplo: muita gente até consegue acessar, mas não em casa”, afirmou Natalia Foditsch, especialista sênior da A4AI/Webfoundation, durante palestra na sobre o tema durante a 20ª edição do Tela Viva Móvel, nesta terça-feira, 11.

Natalia explicou o conceito de conectividade significativa, objetivo da A4AI/Web Foundation nos países, algo mais profundo do que a métrica binária que aponta apenas pessoas conectadas ou não conectadas. “Quase metade do mundo não consegue se conectar à Internet. A outra metade tem, muitas vezes, apenas uma conexão básica. A conectividade significativa busca garantir que todos tenham acesso diário, um dispositivo adequado, dados suficientes e uma conexão rápida”, explicou.

Os parâmetros para atingir a conectividade significativa já constam em documentos oficiais de países como Costa Rica e República Dominicana, mas ainda não foram adotados no Brasil. “Para isso é preciso reduzir a carga tributária, além de usar recursos de fundos de acesso universal”, disse.