O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apresentou uma série de evoluções no Pix no arcabouço da agenda digital do Banco Central nesta sexta-feira, 11. Entre elas estão: o aprimoramento do Pix Cobrança; o desenvolvimento de uma função automática do Pix; o Pix por meio do iniciador de pagamento (ITP) no open finance; o Buy Now Pay Later (BNPL) com Pix; e o Pix Internacional.

Apresentado em eventos na Associação Comercial do Paraná (ACP) e no Fórum de Gestão Empresarial da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (FACIAP), o principal destaque das atualizações é o BNPL, que Campos Netto vê como integrado ao open finance e disponível via Pix. Ou seja, é o sistema de pagamentos instantâneos do BC sendo ofertado como alternativa de crédito ao brasileiro.

Ainda vale destacar na agenda do BC:

  • O Pix Cobrança terá base centralizada para facilitar a gestão de cobrança, vide o que é feito hoje no ITP só que para cobrança;
  • O Pix Automático é apresentado pelo presidente BC como alternativa para pagamentos recorrentes;
  • O Pix no ITP teria uma jornada mais amigável ao usuário e com menos cliques – o que alguns líderes do mercado financeiro fazem ainda não é padronizado;
  • E o Pix internacional está ainda no campo da cooperação técnica com 30 países e reuniões bilaterais com Equador, Peru, Uruguai e Colômbia, este último provavelmente o mais avançado em agenda regulatória digital.

Entenda

A apresentação da evolução do Pix vem um dia após Campos Neto defender o fim do rotativo do cartão de crédito e criar parcelamento com juros menores, uma espécie de teto de juros em até 9%. O intuito seria eliminar um dos grandes vilões da economia nacional que hoje bate 15% ao mês e 440% ao ano.

Obviamente, os bancos trataram de criticar a proposta do presidente do BC. Por meio da Associação Brasileira de Bancos (ABBC), as instituições bancárias afirmaram: “O estabelecimento de um teto de juros poderá implicar em desdobramentos extremamente contraproducentes, tais como a complexificação de entrada de novos players no mercado, a diminuição do acesso ao crédito e a redução da inclusão financeira”.