E-box da Clique Retire instalado na estação de metrô Estácio, no Rio de Janeiro

A startup Clique Retire acabou de lançar no Rio de Janeiro uma operação de armários inteligentes, também conhecidos como “lockers”, ou “e-boxes”, como prefere a empresa prefere chamá-los. Foram instaladas unidades em 38 estações do metrô do Rio de Janeiro. A Clique Retire vai se expandir agora para shopping centers, postos BR e bancas de jornal. E daqui a três semanas chegará a São Paulo. A meta é ter 2 mil armários inteligentes nas duas capitais até o fim de 2020. Brasília e Belo Horizonte também estão no roadmap.

O slogan da Clique Retire resume a proposta da empresa: ela quer ser “o seu endereço fora de casa”. Através do site da companhia, qualquer consumidor escolhe um dos armários inteligentes para servir de ponto de entrega para suas encomendas na Internet. Feito isso, o consumidor recebe o endereço desse armário para ser inserido no cadastro de entrega quando fizer uma próxima compra em qualquer comércio eletrônico. Cada pessoa recebe ainda um código que funciona para identificá-la: esse código deve ser informado como um complemento do endereço ao realizar uma compra on-line. O varejista faz a entrega no armário escolhido, digitando o código que identifica o usuário. Em seguida, a Clique Retire envia um SMS para o consumidor com um QR code para a retirada da encomenda dentro de 72 horas. Por fim, basta o usuário se dirigir ao e-box, escanear o código QR que recebeu e então a gaveta com seu produto se abrirá automaticamente. Os e-boxes também podem ser usados para envio de encomendas e para a devolução de produtos.

A solução tem bastante potencial em grandes cidades com problemas de segurança, como o Rio de Janeiro, onde muitos serviços de entrega não entram em determinadas comunidades por as considerarem perigosas.

No período de testes no Rio de Janeiro nos últimos meses, a Clique Retire realizou entregas de compras feitas no Mercado Livre, B2W, Netshoes, Dafiti, Amazon, Mundo Verde, dentre outras. Em média, os consumidores cariocas retiram suas encomendas em seis horas. A estação de metrô mais usada para entregas até o momento é a Central do Brasil, que está integrada com o serviço de trens metropolitanos da capital fluminense. Em segundo lugar vem a estação da Pavuna.

Modelo de negócios

Promocionalmente, até o final do ano, a Clique Retire oferece de graça para cada pessoa até duas entregas. Depois disso, a empresa vai avaliar como e quanto vai cobrar do usuário final. Uma das possibilidades seria cobrar uma assinatura. Também é estudada a adoção de um modelo com publicidade nos armários para baratear o custo.

Os varejistas e transportadores, por sua vez, pagarão para abrir e fechar as gavetas. Isso pode ser cobrado de forma avulsa ou então a Clique Retire pode vender parte do espaço em cada armário para determinados varejistas e transportadores. Cinco já acertaram contratos desse tipo, sendo um deles a Dafiti. “É um negócio imobiliário”, compara Marcio Artiaga, sócio-fundador e CEO da Clique Retire.

O executivo reforça que sua plataforma é aberta e a ideia é que seja compartilhada com todo o varejo. Ele compara ao modelo do Banco24Horas, que está integrado a vários bancos: o CliqueRetire será o equivalente para o varejo. E ressalta que a identidade visual de cada varejista pode ser aproveitada na interface na tela do e-box, depois que o consumidor escanear o QR code.

Tecnologia

A Pakpobox, uma das maiores empresas de lockers da Ásia, é acionista minoritária da Clique Retire. A tecnologia dos e-boxes foi importada deles, mas nacionalizada. O equipamento é montado no Brasil, com alguns componentes importados, relata Artiaga.