A OpenAI tirou de seus termos de serviços uma regra que proibia militares de usarem a sua plataforma de inteligência artificial generativa. A informação foi atualizada na página da companhia no dia 10 de janeiro e divulgada pela versão norte-americana do site The Intercept nesta sexta-feira, 12.

Antes, a empresa afirmava expressamente que não era permitido o uso de suas tecnologias no desenvolvimento de armas e uso de militares em campanha de guerra. Isso estava dentro do capítulo ‘políticas universais’. Agora, a regra foi substituída por ‘não causar danos para você e outros’.

Ao noticiário dos EUA, a OpenAI informou que a nova política tenta ser “abrangente” e negou que é vaga, ao dizer que qualquer uso errôneo de sua tecnologia não é permitido, como criar armas, ferir outras pessoas ou propriedades e realizar atividades sem autorização que viole a segurança de qualquer sistema.

Histórico

A movimentação da retirada acontece em paralelo a três movimentos peculiares que ocorreram recentemente com a OpenAI:

  1. A saída sumária do CEO Sam Altman, após o conselho falar em “quebra de confiança”;
  2. Após uma série de reviravoltas e uma ‘tomada branca’ da Microsoft, a principal investidora da empresa, Altman voltou ao comando e trocou o conselho;
  3. E o fato de que a Microsoft é um dos principais fornecedores de tecnologia para o Departamento de Defesa dos Estados Unidos, em especial um contrato de US$ 9 bilhões em nuvem que a companhia divide com Oracle, Google e AWS.

Lembrando, a principal contrapartida para a Microsoft investir na OpenAI foi adicionar a tecnologia de IA generativa para uso de seus clientes por meio de seus produtos, como a nuvem Microsoft Azure.

Relação

A relação entre Microsoft e OpenAI e todo o imbróglio da saída e retorno de Altman virou tema de análise pelo órgão regulador de mercado do Reino Unido. No último dia 12 de janeiro, a Autoridade da Concorrência e dos Mercados (CMA, na sigla em inglês) abriu uma consulta para Microsoft, OpenAI e terceiros, comentarem se a parceria entre estas empresas teria resultado em uma fusão relevante e qual o impacto no país.

Na prática, a CMA quer entender se os diversos acontecimentos recentes relacionados à governança da OpenAI teriam resultado à Microsoft uma influência material, controle ou mais de 50% dos direitos de voto sobre a OpenAI, ou se houve mudança na natureza do controle de uma empresa sobre a outra.

A mesma investigação deve acontecer na União Europeia.

Crédito da ilustração no alto: imagem produzida por Mobile Time com IA generativa