A melhora nos resultados financeiros da TIM em 2019, com crescimento na receita, no Ebitda e no lucro líquido, que alcançou R$ 2 bilhões, põe a empresa em uma posição privilegiada para participar de uma possível consolidação do mercado brasileiro de telefonia celular. Neste cenário, a TIM se posiciona como potencial compradora de ativos, como deixou claro Pietro Labriola, CEO da companhia, durante a teleconferência de resultados realizada nesta quarta-feira, 12.

“Nossa posição financeira melhora constantemente porque estamos preparando a nossa empresa para a consolidação. Estamos prontos para abordar a consolidação de mercado. Alguns ativos poderão ser postos à venda no próximo mês. Em caso de consolidação de mercado, avaliaremos a aquisição de frequência, se isso gerar valor para os nossos acionistas”, comentou Labriola. E continuou: “Temos interesse na consolidação do mercado. E esse processo já começou com a compra da Nextel pela Claro”.

A grande candidata a ser vendida agora é a operação móvel da Oi. A operadora contratou uma assessoria financeira para estudar essa possibilidade.

Leilão de 5G

A TIM prevê que a consolidação do mercado vai impactar nas regras do leilão de 5G. Se houver três ou cinco grandes players no Brasil, a quantidade e o tamanho dos blocos de espectro que serão postos à venda serão alterados, espera Labriola. Ela acredita, inclusive, que a proximidade do leilão pode acelerar a consolidação das teles brasileiras.

Capex em 5G

A TIM não projeta um investimento em 5G tão intenso como aquele do começo do 4G. “Se lembrarmos, o 4G foi acelerado porque o País estava sediando a Copa do Mundo, o que teve um efeito específico. O 5G provavelmente terá uma colaboração (entre as teles) maior que no 4G”, comentou Leonardo Capdeville, CTIO da TIM.

O executivo cita o acordo com a Vivo para compartilhamento de infraestrutura, como as redes 4G em single grid em cidades com menos de 40 mil habitantes. “Temos que celebrar essa nova fase do mercado, que é de um ambiente de colaboração. Há maturidade de compartilhar a infraestrutura e enfrentar os desafios com novas tecnologias de 5G e novas obrigações de cobertura rural de forma mais eficiente. É uma nova mentalidade de colaboração, uma fase mais racional do mercado. Seguimos competindo, mas podemos cooperar com os outros players em infraestrutura”, comentou o CTIO.