O CPQD quer instalar redes celulares privativas em parceria com provedores locais de Internet em mais 10 DATs (Distritos Agro Tecnológicos) em regiões diversas até 2025, afirmou Luiz Spera, gerente de estratégia para o mercado de telecom do CPQD, nesta quarta-feira, 12, durante o 3º MPN Fórum, em São Paulo.

Baseado no conceito de “super fazenda digital”, a iniciativa tem como objetivo desenvolver uma plataforma de inovação digital para o agronegócio, com soluções voltadas a demandas reais dos pequenos e médios produtores rurais. Nos últimos 12 meses, o CPQD conduziu um primeiro projeto desse tipo, com implantação e a operação de uma rede privativa no DAT de São Miguel Arcanjo, município da região de Sorocaba, com cerca de 330 agricultores de pequeno porte que se dedicam, basicamente, à produção de uva, abobrinha e outros hortifruti. A iniciativa faz parte do projeto SemeAr.

No DAT de São Miguel Arcanjo foram mapeadas as demandas de desintermediação das cadeias de comercialização, otimização do manejo agronômico, gestão da propriedade, rastreabilidade e crédito rural ágil. Para atender essas demandas, foi feita uma prospecção no ecossistema nacional de startups especializadas em agronegócio e firmadas parcerias com duas delas: a Muda Meu Mundo e a Maneje Bem.

A primeira oferece uma plataforma de mercado digital desenvolvida para conectar pequenos produtores e agricultores familiares com o varejo, de maneira a reduzir intermediários na cadeia, garantir a definição de preços pelo produtor e ampliar seus canais de venda. Por sua vez, a Maneje Bem oferece assistência técnica digital, por meio de aplicativo e plataforma web que conectam uma rede de agrônomos e fornecem acesso a conteúdos sobre manejo de solo, gestão de pragas, variedades e microclima.

Antes do SemeAr, os agricultores davam uma nota média de 3,8 em uma escala de 1 a 10 para a qualidade da internet, com 60,9% considerando o serviço regular. Atualmente, com a rede privativa, 69,6% dos produtores acreditam que a qualidade da internet é ótima, com nota média de 8,4. Spera relatou que houve uma melhoria na qualidade da conectividade em mais de 2 vezes; um aumento de receita de 28%; 24% de redução de custos; além de 57% das pessoas acreditarem que a qualidade dos produtos tenha melhorado.

Spera disse que o grande objetivo do CPQD é gerar impacto econômico no agronegócio por meio do mundo digital. Na próxima fase, o objetivo do SemeAr é promover a evolução do DAT, ampliando a operação na região – e, em parceria com o Centro de Desenvolvimento em Agricultura Digital (CCD/AD), contribuir para a implantação de novos DATs em outras localidades do País, gerando mais conectividade e acesso à internet de alta qualidade, aumento de receitas, redução de custos e o engajamento de produtores rurais com adesão formal à iniciativa.