Ilustração: La Mandarina Dibujos/Mobile Time

A disputa entre Google e o governo da Índia sobre regras antitruste no sistema Android ganhou um novo capítulo nesta sexta-feira, 13. Em publicação no seu blog, a companhia afirma que as ações da Comissão de Competição da Índia (CCI) provocarão problemas para o consumidor e para a segurança nacional do país, uma vez que milhões de usuários ficarão expostos ao crime cibernético.

Vale lembrar, o CCI deu duas multas ao Google de US$ 162 milhões e US$ 113 milhões em outubro de 2022 por domínio de mercado com os apps da Google Suite. Também pediu várias alterações no ecossistema, como:

  • Liberar os fabricantes na escolha de usar ou não a suite de apps do Google em seus smartphones, sem reveses;
  • Liberar desenvolvedores a distribuição de apps em lojas de terceiros;
  • Dar a opção ao usuário de desinstalar os apps do Google e escolher o sistema de busca que desejar.

Na visão da empresa norte-americana, a liberação de tais ações, como a ida do usuário indiano para lojas de apps terceiros, o deixa exposto a aplicativos “predatórios” de golpes financeiros e roubos de dados, por exemplo: “Embora o Google tenha responsabilidade pelos aplicativos na Play Store, busca constantemente por malwares e segue as regras de cada país, o mesmo não pode ser dito de apps de outras fontes”, completou.

O posicionamento, que não teve assinatura de nenhum executivo, indica ainda que as mudanças no ecossistema Android pode resultar em aumento do custos dos smartphones e do custo de desenvolvimento de apps no país.

De acordo com relatório da Data.Ai divulgado nesta semana,  a Índia é o segundo maior mercado de consumo de apps do mundo com 28 bilhões de downloads por ano, atrás apenas da China com 111 bilhões. Em handsets, a Counterpoint estima que o mercado indiano teve remessas de 45 milhões de peças no terceiro trimestre de 2022, sendo que um em cada três smartphones já tem conectividade 5G.