É inevitável ter um iPhone (novo) atualmente sem falar no preço no Brasil. De fato, o modelo mais atual – desconsiderando o iPhone SE, que apesar dos componentes internos robustos não é o carro-chefe da Apple – custa pelo menos R$ 4 mil desbloqueado. Testamos por um semestre inteiro a versão de 128 GB de um iPhone 6s dourado de 4,7 polegadas lançado no final do ano passado. Nesta versão de memória, estamos falando de um dispositivo que custa R$ 4,6 mil. Se isso não for exatamente o pior problema, a questão que fica é: ainda vale comprar?

Atualmente rodando a versão 9.3.2 do iOS, é possível dizer que o smartphone da Apple consegue rodar completamente liso qualquer aplicativo disponível para a plataforma. Isso não é novidade: com controle total sobre software e hardware, a companhia norte-americana costuma proporcionar uma experiência fluida e estável para qualquer aparelho, ao menos os mais recentes.

É de se esperar então que seja um grande salto de qualidade em relação ao iPhone 6, certo? Nem tanto. É sim, mais poderoso em processamento. O leitor de digitais permite bloquear o celular até rápido demais. Mas, honestamente, desempenho não era um problema na versão anterior.

A tela continua com resolução inferior àquela do irmão maior, o iPhone 6s Plus de 5,5 polegadas, mas dificilmente incomoda alguém. Talvez se o usuário assista a vídeos Full HD ou até em maiores resoluções em outros smartphones (vários modelos high-end Android possuem tela 2K), mas, se não for esse o caso, é seguro afirmar que a tela Retina funciona sem o menor problema. Além disso, a fabricante costuma equilibrar bem o gerenciamento de cores, sem deixar tudo muito azul ou muito amarelo, como algumas concorrentes.

Talvez o que realmente possa fazer diferença no iPhone 6s é sua câmera, nitidamente melhor do que a do modelo anterior e com um interessante (mas pouco útil) recurso Live Photos, que faz uma espécie de "filminho" do antes e depois de a foto ser tirada ao pressionar a tela com o recurso Force Touch. É possível colocar essas "fotos animadas" na sua tela inicial, por exemplo.

O Force Touch também se destaca por ser novidade, funcionando como uma espécie de botão direito do mouse em alguns aplicativos. Geralmente traz alguns atalhos, mas a verdade é que, por muitas vezes, dá até para esquecer que ele existe. Talvez isso seja mais culpa dos desenvolvedores de apps, contudo.

No frigir dos ovos

Por seis meses, o iPhone 6s se mostrou um grande smartphone, apesar do tamanho já não ser tão atrativo quando comparado com a concorrência. Ele não se destaca mais em quase nenhum elemento em relação à concorrência ou mesmo ao seu irmão maior e mais robusto, o 6s Plus, mas o desempenho depois desse período não só foi constantemente bom, como até melhorou: no início notamos travamentos que nunca mais aconteceram após as atualizações de sistema operacional.

Vale a pena comprar? Se você pode pagar e gosta da "pegada" do iOS, vá em frente. É um aparelho R$ 1,4 mil mais caro do que o iPhone SE, mas, em compensação, o tamanho da tela não será um problema. Só não espere nada de espetacularmente novo no aparelho. Além de tudo, a julgar pela quantidade de iPhone 4s, 5 e 5s que ainda se vê nas ruas, pode ser um celular que ficará em suas mãos por um bom tempo ainda.