A startup de aplicação de inteligência artificial para o meio jurídico, Lexter.Ai, tem 1 mil escritórios de advocacia em uma lista de espera para usar a sua solução de IA generativa. Atualmente em testes com algumas bancas, a solução funciona como “Assistente Contencioso” (esse é o nome do produto, conforme site da empresa) seja para o réu ou autor da ação.

Durante o Cubo Experts – AI, evento organizado pelo Cubo Itaú nesta segunda-feira, 13, Pedro Jahara, CEO da legaltech, explicou que o sistema funciona com o autor da causa escrevendo o caso em sua aplicação; na sequência, o robô faz uma análise com base na legislação atual e sugere uma estratégia; se desejar, o profissional então pede para o robô escrever uma petição, algo que é feito com um simples clique.

O sistema também funciona do mesmo modo para o advogado de defesa: o especialista recebe a petição e descreve para a IA generativa; o robô-assistente analisa e mostra uma possível estratégia de defesa; novamente, se desejar, o profissional então pede para a ferramenta elaborar o texto da defesa.

“Enxergamos a IA como assistente, como ferramenta. Não substitui o advogado, pois sempre tem o risco de cometer erros”, disse. “Chegaram os ‘GPTs’ e os LLMs. O que mudou? Agora você pode escrever e fazer uma pergunta, conversar com o documento. Isso já ocorre na prática nos maiores escritórios do Brasil”, explicou.

Contudo, o CEO da legaltech afirmou que a solução não está comercializada e está em teste com um “grupo seleto”, pois o tema é crítico para as bancas e todo ecossistema de direito do País: “Queremos evitar alucinações. Como o caso do Juiz Federal que usou a IA generativa aberta e esta alucinou, criando uma jurisprudência inexistente”, completou ao citar a matéria da coluna de Lauro Jardim em O Globo.

Imagem principal: Com o microfone, Pedro Jahara, CEO da Lexter.Ai (crédito: Henrique Medeiros/Mobile Time)