Kyle Jenke, diretor de vendas e parcerias de business messaging da Meta. Foto: Fernando Paiva/Mobile Time

O WhatsApp vai baixar os preços das mensagens de notificação com fins utilitários, como envio de cartão de embarque, aviso de compras no cartão ou rastreamento de entrega de encomendas, por exemplo. Hoje qualquer conversa iniciada por uma empresa no WhatsApp custa US$ 0,05, independentemente de ser uma mera notificação ou uma tentativa de venda de produto. O valor acaba inibindo o uso do app para envio de mensagens utilitárias, pois é mais barato mandar por SMS ou RCS. Para se tornar mais competitivo nessa finalidade de comunicação, o WhatsApp vai dividir as mensagens enviadas pelas empresas em três tipos, com preços diferentes: utilitária; de autenticação, para envio de one time password (OTP); e de marketing. Cada conversa iniciada com mensagem utilitária passará a custar US$ 0,035. Aquelas com mensagens de autenticação também terão o preço reduzido, mas o valor ainda não foi divulgado. E conversas iniciadas com mensagens com objetivo de marketing, por sua vez, ficarão mais caras, ao preço de US$ 0,0625. A nova tabela vai valer a partir de 1º de junho. As conversas iniciadas pelos consumidores continuarão custando US$ 0,03. Esses preços se referem ao mercado brasileiro. Em cada país os valores são diferentes.

“Queremos ser bem competitivos com mensagens utilitárias. Queremos ter todas as empresas usando mensagens utilitárias no Whatsapp. É bom para notificação de entrega de pacotes e lembrete de pagamentos de contas, por exemplo”, cita Kyle Jenke, diretor de vendas e parcerias de business messaging da Meta, em conversa com Mobile Time. 

O executivo ressaltou, contudo, que o principal competidor do WhatsApp não são outros apps de mensageria, mas canais tradicionais, como o próprio telefone. “95% da comunicação entre empresas e usuários acontece fora de plataformas de mensageria. São contatos feitos por telefone e email. Não quero tirar mercado do SMS, mas migrar a comunicação de um canal que usuários não gostam, como o telefone, para outro que gostam, como o WhatsApp”, comparou.

No caso de conversas de marketing, se por um lado aquelas iniciadas por empresas vão ficar mais caras, por outro será ampliado o prazo de gratuidade para conversas iniciadas a partir de click to WhatsApp, das atuais 24 horas para 72 horas. A novidade está prevista para entrar em vigor a partir de 1º de março.

Outra mudança é que a gratuidade para as primeiras 1 mil conversas valerá somente para aquelas iniciadas pelo consumidor. Conversas iniciadas pela empresa não serão computadas mais nessa cota de gratuidade e precisarão ser pagas a partir de 1º de junho.

Valorização dos parceiros

Embora tenha aberto para empresas a conexão direta à sua API de negócios no ano passado, Jenke garante que a maioria continua preferindo contratar soluções através dos parceiros homologados do WhatsApp, chamados de BSPs (Business Solution Providers). São cerca de 500 BSPs globalmente. Todos passam por um processo de avaliação que leva alguns meses para ser concluído e considera diversos critérios de qualidade. O WhatsApp continua aberto a novos BSPs, informa o executivo.

“Nossa estratégia é ‘partner first’. A maioria dos nossos clientes vem de parceiros. Mesmo as grandes companhias integradas em nossa API têm parceiros para criar suas soluções. Os parceiros ajudam as companhias a construir e implementar serviços”, diz.

Brasil

Jenke destacou o protagonismo do Brasil dentro da estratégia global de mensageria da Meta. “O Brasil é definitivamente um dos líderes quando olhamos globalmente. Quando chego no aeroporto, vejo os outdoors com o logo do WhatsApp. Hoje 60% das grandes empresas no Brasil usam WhatsApp para conversar com seus clientes. É um bom começo, mas queremos crescer”, completou.

*O jornalista viajou a São Paulo para acompanhar o Partner Kickoff 2023 do WhatsApp a convite da Meta.