A automação das redes tem que ser feita com foco no consumidor, pois é ele quem vai utilizar a rede automatizada. A afirmação é de Jeremy Villalobos, COO da Orchest. Durante o Capacity Latam 2023 nesta terça-feira, 14, o executivo disse que a evolução da mentalidade é necessária, uma vez que muitos pensam em conectividade quando deveriam pensar em modelos de negócios.

“O desafio para o setor é que você não consegue comprar Internet, como você compra um produto na Amazon. Você não abre um marketplace e compra Internet. Nós precisamos evoluir como indústria”, afirmou o COO. “Precisamos abrir a cabeça para novas tecnologias. Como o blockchain, que pode se tornar um fator-chave na indústria”, disse.

Como exemplo, Villalobos falou de um projeto de smart contract em código aberto para ajudar operadoras em acordos de SLA. Explicou que o uso desses contratos em blockchain em uma rede automatizada pode ajudar as operadoras a estipular melhores prazos de SLA. O executivo prevê que este projeto pode sair em um ano.

Mindset e digitalização

Para Diana Santamaria, lead business consultant da Nokia, no futuro, uma empresa com baixo nível de automação nas redes se arrisca a não entregar uma experiência digital completa para o cliente final. Em especial com o avanço de virtualização e ‘cloudficação’ nas operadoras, a executiva acredita que antes da automação é preciso pensar em digitalização de ponta a ponta

“Nós (setor) precisamos pensar em como adotar novas tecnologias. Mudar o mindset. Mas isso é gradual, feito caso a caso, e do comando da empresa para baixo”, disse Santamaria.

Camadas

A automação nas redes das operadoras precisa de três camadas: a rede, o modelo de negócios e os dados bem estruturados. Esta é a visão de Héctor Bahía, head de custome service assurance da Telefónica Global Solutions, que acredita que essas três camadas precisam trabalhar em harmonia.

O executivo afirmou ainda que as companhias ainda não têm a mentalidade para automatizar as redes. Para isso, Bahía acredita que as operadoras devem  ter a “visão de todo o processo” de automatização, além de parceiros certos e estarem preparadas para transacionar dados via APIs.