A Natura & Co segundo trimestre de 2020 com uma receita de R$ 7 bilhões, uma queda de 13% ante R$ 8 bilhões do mesmo período um ano antes, além de um prejuízo líquido de R$ 392 milhões, em comparação a um lucro de R$ 54 milhões de um ano antes. Mesmo com o aumento exponencial das vendas digitais,  a companhia registrou uma queda  no faturamento foram os efeitos econômicos do novo coronavírus nas vendas, além de um prejuízo de R$ 450 milhões por conta do vazamento de dados da Avon, marca controlada pela companhia brasileira desde janeiro deste ano.

“O incidente cibernético teve um impacto significativo no desempenho da receita da Avon no segundo trimestre de 2020, no entanto, a administração espera recuperar a maior parte do impacto no terceiro trimestre de 2020 à medida que a Avon atende à carteira de pedidos criada. As despesas incrementais incorridas como resultado do incidente cibernético no segundo trimestre de 2020 não foram significativas”, diz trecho do relatório.

Importante dizer que a Avon já restabeleceu suas atividades de TI em todos os países onde atua.

Digital

No resultado consolidado da operação, o lado positivo foram os aumentos das vendas por meio digitais, um movimento que serviu para compensar os prejuízos das lojas fechadas e da venda porta a porta (At Home, no termo de mercado), que demanda mais contato pessoal. No período, a venda digital cresceu 225% no trimestre, contra o mesmo período em 2019.

Como resultado, a Natura & Co pretende investir R$ 400 milhões no segundo semestre de 2020 para avançar em sua transformação digital. Esse montante foi retirado de uma oferta privada de capitalização privada de R$ 2 bilhões feita no segundo trimestre de 2020.

Por marca

De acordo com a companhia, 90% das consultoras Natura usam as plataformas digitais (aplicativo mais internet). No fechamento do segundo trimestre, 889 mil consultoras Natura possuíam sua loja digital, uma alta de 65%, e pedidos por estas lojas praticamente triplicaram no trimestre analisado, comparado ao ano anterior. Na Avon, o destaque foi para o Reino Unido: o número de novas revendedoras duplicou em comparação com o ano passado; e a adoção de recursos digitais por revendedoras no segundo trimestre de 2020 alcançou cerca de 70%.

Como resultado, as duas principais marcas do portfólio Natura & Co (Natura e Avon têm 80% da receita da firma) tiveram um aumento de 150% nas vendas online. Ainda assim, as receitas ficaram em queda no segundo trimestre de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019: a Avon registrou um recuo de 21,5%, de R$ 2,1 bilhões para R$ 1,6 bilhões; e a Natura caiu 16,5%, de R$ 4,7 bilhões para R$ 4 bilhões.

Na marca Aesop, que responde por 5,5% do faturamento, a companhia teve crescimento de 37% da receita vinda do digital, após um aumento de 430% das vendas no meio digital se comparado com o segundo trimestre de 2019. Em outro braço da Natura, a The Body Shop, que representa 14% dos ganhos totais, o comércio eletrônico cresceu 230% e representou 27% da receita dessa divisão.

Diferente das principais marcas do rol Natura & Co, Aesop e The Body Shop tiveram aumento de receita ante o segundo trimestre de 2019: The Body Shop registrou R$ 980 milhões, um aumento de 15,5% contra R$ 850 milhões de um ano antes; e Aesop cresceu 35%, de R$ 283,5 milhões para R$ 382 milhões.