| Originalmente publicada no Teletime | Após oficializada a venda da Oi Móvel nesta segunda-feira, 14, as operadoras Claro, TIM, Vivo divulgaram no início da noite como será feita a partilha. Como esperado, a TIM pagará a maior parte: 44% do valor total. Em troca, ficará com 40% da base e mais da metade do espectro.

Segundo o comunicado, além dos R$ 15,744 bilhões pelo preço base da oferta, os R$ 756 milhões serão pagos por meio de serviços prestados por até 12 meses pelo Grupo Oi. O contrato de capacidade de transmissão de dados é na modalidade take-or-pay, com valor presente líquido (VPL) correspondente a R$ 819 milhões.

A TIM é a que mais desembolsará: serão 44% dos valores do preço base total mais os serviços, o que dá por volta de R$ 7,3 bilhões. Considerando apenas o contrato de capacidade, a operadora será responsável por 58% do VPL, o que resulta em uma quantia de R$ 476 milhões.

“Com relação ao financiamento desta aquisição, a TIM, considerando seu baixo endividamento e as condições de mercado atuais, entende ser possível financiá-la através do mercado de dívida local e de sua geração de caixa. Não obstante, caso ocorram alterações materiais nas condições de mercado, a companhia reavaliará suas opções”, declarou a empresa em comunicado.

A Vivo terá que desembolsar 33% do preço base, o que equivale a aproximadamente R$ 5,5 bilhões. Já em se tratando do contrato de capacidade, o valor trazido será de R$ 179 milhões, ou 22% do VPL do contrato, no caso da Vivo. Para a Claro, serão também 33% do preço base, mais o percentual de 20% (cerca de R$ 163,9 milhões) do VPL do contrato.

A divisão dos ativos será feito da seguinte forma:

TIM

  • A empresa ficará com 40% da base total da Oi Móvel nos dados de abril deste ano, o que corresponde a 14,5 milhões de acessos. A alocação dos clientes será feita com base em critérios que “privilegiam a competição entre as operadoras”.
  • Na partilha, a TIM ficará com mais da metade (54%) do total do espectro da Oi, o que é aproximadamente 49 MHz como média nacional ponderada pela população. No comunicado, a empresa enfatiza que a partilha respeita os limites de espectro.
  • Aproximadamente 7,2 mil sites da Oi, ou 49%, ficarão também com a operadora do grupo Telecom Italia.

A empresa diz que, com a incorporação, trará oportunidade de aceleração de crescimento e aumento de eficiência operacional por meio de “sinergias relevantes”. Para os clientes, diz que haverá “ganhos na experiência de uso e melhoria na qualidade do serviço prestado, além da possibilidade de lançamento de produtos e ofertas”. Já para o setor, declara que haverá um reforço na capacidade de investimento, inovação e competitividade. Essas mesmas justificativas foram utilizadas pela Claro e pela Vivo.

Claro

  • A Claro ficará com 32% da base total da Oi Móvel.
  • A empresa ficará também com 4,7 mil sites (32% do total).

Por conta dos limites de espectro, após a aquisição da Nextel, a Claro não obteve frequências na partilha.

Vivo

  • Cerca de 10,5 milhões de acessos da base da Oi Móvel em abril (correspondente a 29% do total) ficarão com a Vivo.
  • Do total de espectro, a Vivo ficará com 46%, ou 43 MHz na média nacional.
  • A operadora é a que ficará com menor quantidade de sites da Oi: 2,7 mil, ou 19% do total.