Ilustração: Cecília Marins/Mobile Time

A satisfação dos usuários domésticos com a Internet das Coisas é uma das barreiras desta tecnologia. De acordo com estudo da Birdie que avaliou na web 259 análises e 456 mil menções de 48 aplicativos e dispositivos conectados entre 2020 e 2021, os sentimentos dos consumidores foram baixos.

Em conversa recente com Mobile Time, Rodrigo Pantigas, cofundador da empresa brasileira, explica que o estudo divulgado neste semestre – realizado para o mercado norte-americano pelo volume de avaliações ser mais forte que no resto do mundo – dividiu a análise em: soluções para casa e para o segmento corporativo. Mas no doméstico a percepção da tecnologia é sempre mais baixa, pois o usuário vê empecilhos no básico, como performance e conectividade.

O estudo criou um score de sentimento de aplicações IoT a partir das avaliações e menções dos usuários, o Birdie Score. Com avaliações de -100 pontos para até 100 pontos positivos, o IoT doméstico teve notas baixas em conectividade (-53), performance (-50) e funções (-29), por exemplo.

“O acesso e a conexão aos dispositivos são o que mais gera frustração para o usuário. Então, um dos insights que surgiram a partir do estudo é que a funcionalidade [‘o básico do básico’] precisa ser muito bem-feito”, diz Pantigas.

Por sua vez, o IoT corporativo tem uma visão mais positiva das aplicações. Isso acontece, pois o perfil é outro. O cofundador da Birdie conta que geralmente esse tipo de usuário está acostumado com aplicações específicas que ajudam em tarefas no dia a dia. E isso é refletido na nota da performance das aplicações conectadas (20). Ainda assim, há notas baixas como em atualização (-52), conectividade (-25) e confiabilidade (-2).

“No geral, vemos que as marcas de IoT estão mal posicionadas. Um dos motivos são as diferentes versões e modelos. Por exemplo, aparelhos Android nos diferentes níveis de dispositivo – de entrada muito baratos e tem dispositivos que são muito alto nível, na mesma prateleira. É muito mesclado e isso bagunça a cabeça do consumidor”, completa.

Com este cenário, a Pantigas deixa três lições para as empresas que investem em Internet das Coisas: evitar experiências ruins no setup inicial; conveniência é um fator-chave para manter o usuário feliz com seu dispositivo conectado; e gerenciar as aplicações em casa ou no escritório com a menor quantidade de parafernália possível.