Os presidentes das quatro maiores operadoras de telecomunicações do Brasil demandaram a modernização da regulamentação e da legislação do setor, durante painel na Futurecom, nesta quarta-feira, 17, em São Paulo.

“Estamos com um pé no século 21 e outro no século 19”, comparou Eduardo Navarro, CEO da Telefônica, referindo-se ao avanço tecnológico do setor enquanto a regulamentação seria antiga e defasada. Ele deu como exemplo a operadora O2 no Reino Unido, que pertence ao grupo Telefônica, que não tem call center e o atendimento é feito via rede social. “É a operadora com o maior NPS do Reino Unido. Mas se quiséssemos lançar algo assim no Brasil não poderíamos, porque a regulamentação exige haver um call center. Estamos amarrados a um emaranhado de obrigações regulatórias”, criticou.

O presidente da Oi, Eurico Teles, concordou: “Há necessidade urgente de modernização da legislação de telecom. Ninguém mais usa orelhão. As pessoas usam smartphones. A sociedade quer a digitalização”.

Políticas públicas

O fato de os programas de governo dos presidenciáveis não contemplarem o setor de telecom foi lembrado durante o painel. Os CEOs esperam que o futuro governo reconheça a importância estratégica do setor e elabore políticas públicas que permitam às teles contribuirem para o desenvolvimento da economia nacional.

“Qual a política de portos inteligentes? E de cidades inteligentes? O governo tem papel fundamental no desenvolvimento de uma agenda positiva de políticas para tornar o país mais competitivo”, disse Sami Foguel, CEO da TIM.

“A transformação digital, se bem organizada pelo governo, é uma enorme oportunidade”, acrescentou José Felix, CEO da Claro Brasil, que reúne Claro, Embratel e NET. “Existe espaço para a gente entrar em advertising, inteligência artificial e IoT. Mas não dá para fazer tudo: temos que escolher o que faremos em IoT”, disse.