O projeto Rio AI City avança com a chegada de parceiro internacional, a iMasons (Infrastructure Masons), entidade sem fins lucrativos que contribui para o desenvolvimento de infraestrutura tecnológica e pessoal. O anúncio aconteceu nesta semana – feito pela prefeitura do Rio de Janeiro e pela Elea Data Center. Mas o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, acaba gerando preocupações. Gustavo Pereira, diretor de tecnologia da Elea, comentou sobre o aumento de tarifas respingar nos impostos para a importação de hardware, ou seja, se o Brasil implementar a Lei da Reciprocidade.

“O tarifaço do Trump é de 50%, mas o Brasil já coloca entre 50% e 60% de tarifas sobre equipamentos de informática. A gente já dificulta a entrada de tecnologia no país. Entendo que quando se tem uma indústria nacional, é preciso lutar por ela para empoderá-la. Mas quando você não tem, a única coisa que acontece é fazer tudo ficar mais caro”, disse em conversa com a imprensa nesta sexta-feira, 18, durante o evento CPDP Latam, na FGV Direito Rio.

Contrapartidas

Pereira aposta também que um bom andamento para a viabilização de implementação de data centers no país passe por contrapartidas. “Viabilizar a construção de data centers no Rio de Janeiro e construir um ecossistema dentro de um cenário de regulação, tendo algum tipo de contrapartida – seja de pesquisa, para o setor público ou compartilhamento de conhecimento – elas podem e devem ser conversadas. Mas isso só acontece se o investimento vier”, ponderou.

Elea e Rio AI City

O projeto conta com a chancela da prefeitura da cidade e é de longa duração, com previsão para ser desenvolvido ao longo de anos. Uma parte da infraestrutura, o RJ01, foi construído para as Olimpíadas do Rio, em 2016, comprado pela Elea, em 2019, e foi atualizado nesta época. Nele, grandes empresas brasileiras – cujos nomes não podem ser revelados – utilizam a estrutura para rodar suas aplicações de armazenamento em nuvem.

Já o RJ02 ainda está em desenvolvimento. O Rio AI City tem previsão de custar R$ 5 bilhões nesta primeira fase, que começa com 80 MW. Até 2028, a previsão é chegar a 1,8 GW e 3 GW até 2032. A estimativa total de investimento é da ordem de R$ 65 bilhões ao longo da próxima década e muitas companhias estrangeiras de grande porte deverão utilizar a infraestrutura projetada pela Elea. A ideia é atrair empresas estrangeiras operando no Brasil para que hospedem seus dados localmente e, com isso, reduzir latência e melhorar os serviços.

iMasons

Na última terça-feira, a prefeitura do Rio e a Elea anunciaram a chegada da iMasons. A entidade conecta mais de 6 mil profissionais envolvidos em projetos que somam mais de US$ 250 bilhões, distribuídos por 130 países, e já contribuiu com o fornecimento de mais de US$ 1 milhão em bolsas de estudo. Entre seus parceiros estão AWS, Google, Meta, Microsoft, entre outras empresas, inclusive Elea.

Foto principal: Gustavo Pereira, diretor de tecnologia da Elea (último à dir.). Crédito: Isabel Butcher/Mobile Time

 

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