A Airlocker (Android, iOS) é uma empresa de armários inteligentes que nasceu para facilitar a entrega e retirada para serviços de lavanderia para a 5àsec. O desenvolvimento do software e dos armários começou em 2019 e entraram no mercado em 2022. Com o tempo, desenvolveram marketplace para o uso dos lockers para outras lavanderias, expandiram para o uso de e-commerce, guarda de pertences (como em shopping centers para deixar o capacete de uma moto enquanto faz compras) e entraram recentemente, no universo hospitalar, com direito a abertura de portas com reconhecimento facial. Atualmente, contam com 300 armários espalhados no Brasil com média de 2 mil aberturas por dia. A meta para 2026 é dobrar para 600 lockers e com previsão de 4 mil aberturas por dia.
A ideia inicial era inserir armários inteligentes em condomínios próximos à lavanderia para que o serviço de coleta e entrega fosse facilitado. “O serviço de entrega de lavanderia não é eficiente. Precisa marcar horário com o morador, tem o trânsito para chegar, é mais complicado fazer rotas. E lavanderia não pode ir de moto, tem que ser carro”, explica Elton Matos, CEO e cofundador da Airlocker.

Armário fechado da Airlocker. Crédito: divulgação
Com o armário, o cliente deve colocar a roupa suja, a lavanderia é notificada, faz a coleta, processa e devolve. Tudo de maneira digital.
Com o tempo, a Airlocker não se limitou mais à 5àsec e construiu um marketplace para a atividade e com split financeiro e diferentes meios de pagamento. Para isso, chamou franqueados para servir de força local, capaz de identificar problemas em um condomínio, instalar o armário e começar a usá-lo. Atualmente, são 100 franqueados em diferentes cidades do país que colocam mensalmente dezenas de armários no mercado.
“Mas entendemos que o armário inteligente pode muito mais e ter uma função maior na vida do usuário. E toda a tecnologia precisava ser diluída em outros canais de receita. São muitas as possibilidades do armário. A primeira dor do usuário é a de entregas, de e-commerce. Acabamos, então, expandindo as possiblidades e fomos além da lavanderia”, conta Matos.
Assim, a empresa expandiu para recebimento de encomendas de e-commerce e guarda de pertences. Neste caso, um dos ambientes a ser explorado é o shopping center – em que um motociclista pode deixar seu capacete em um locker enquanto vai às compras.
“Vamos construir cada vez mais soluções em torno dessa tecnologia”, diz.
Atualmente, todas as capitais das regiões sul e sudeste possuem Airlocker, além de Fortaleza, João Pessoa, Recife e Manaus.
Projetos em andamento da Airlocker

Armário inteligente da Airlocker aberto. Crédito: divulgação
Atualmente, a empresa desenvolve um armário voltado para locais públicos, com o intuito de chegar a pessoas sem CEP ou sem espaço nos condomínios para a colocação de armários inteligentes. Para este projeto, a Airlocker conta com um parceiro investidor e a meta é implementar 4 mil equipamentos – porém, não determinou o prazo.
Outro projeto que está avançado é a introdução de armários da Airlocker em ambientes hospitalares e com reconhecimento facial. No momento, a empresa instalou um armário e, em 24 meses, a ideia é chegar a 200 equipamentos.
“O produto está contratado e estamos executando a implementação do primeiro. Fazemos um mapeamento e a tendência é que ele seja adotado e expandido. A solução foi identificada como necessária e estamos confiantes”, explica Matos. O CEO explica que, por ser um ambiente altamente controlado, o reconhecimento facial é essencial para se ter certeza de que a pessoa com autorização está abrindo o armário.
Mas, futuramente, a Airlocker poderá utilizar a tecnologia para outros propósitos, como integrar o reconhecimento facial em um condomínio e, ao permitir a entrada de um morador, será também possível identificar se existe encomenda para ser retirada no armário. Sem necessidade de senha ou código.
Modelo de negócio e público-alvo
Na Airlocker, o franqueado compra o armário inteligente (em torno de R$ 5 mil cada) e faz sua instalação no condomínio. Ele ganha pela locação e a Airlocker também recebe uma taxa pelo uso do software.
Matos aposta que os armários inteligentes da Airlocker fazem a diferença para o comércio local, de bairro. A ideia é atender pequenos estabelecimentos, ou a “economia comunitária”. “É a lavanderia do bairro, a loja de suplementos da região, a farmácia de manipulação”, explica.
“Não temos a pretensão de concorrer com o Mercado Livre, por exemplo. A pessoa vai comprar alguma coisa lá e pode receber no nosso armário. O nosso objetivo é darmos a chance em nosso marketplace para esses estabelecimentos que não têm como vender em site próprio ou na internet”, complementa.
Foto: Elton Matos, CEO e cofundador da Airlocker. Crédito: divulgação