Pier; Mobifinance

Lucas Prado é cofundador da insurtech Pier. Foto: Izilda França

A Pier não aposta em seguro intermitente. A empresa entende que dificilmente os consumidores iriam se acostumar a ligar e desligar a proteção, explicou Lucas Prado, cofundador da Pier, durante sua participação no Mobifinance, evento organizado por Mobile Time nesta terça-feira, 18. A Pier chegou a analisar a possibilidade de um seguro diário, mas entende que os riscos são altos e que não valeria a pena para o usuário final, já que o seguro diário custaria o equivalente a 25% do mensal, ou seja, em quatro dias já se pagaria a versão por mês do produto. Hoje a Pier adota a cobrança mensal de seus seguros.

Para a Pier, o funcionamento do seguro mensal é mais eficiente e não atrapalha a experiência do usuário, que não precisa se preocupar diariamente em ligar e desligar o seguro e correr o risco de esquecer e deixá-lo ligado quando não for necessário ou desligado justamente em momentos de risco. “Fizemos simulações para fazer um seguro diário e a conta não compensa”, avaliou Prado.

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Da esquerda para a direita: Fernando Paiva, moderador do painel; Daniel Simon, superintendente comercial da Icatu; Lucas Prado, cofundador da Pier; Taiolor Morais, CTO da Youse; e Tiago de Freitas Vieira, CTO da Brasilseg. Foto: Izilda França

O cofundador da Pier prefere os seguros dinâmicos personalizados, cuja fórmula é adequar o uso do cliente ao preço final. Ou seja, se for um seguro para veículos, por exemplo, e o cliente não costuma andar muito com o carro, não viaja com frequência e não circula por áreas de risco, ele pagará mais barato. Porém, se esse mesmo cliente passar a viajar mais, aí o valor sofre um incremento proporcional ao risco que ele passa a ter.

“À medida em que entendo o cliente, precifico esse seguro para ele. É um seguro personalizado, não é intermitente. Não acredito no liga e desliga. O melhor é a seguradora entender o valor do cliente”, resume.

Taiolor Morais, CTO da Youse, explica que o seguro para auto por quilômetro rodado é uma opção para o cliente pagar somente de acordo com a distância percorrida. O executivo explicou que, a partir da telemetria, existem formas de se capturar essas informações. Basta espetar um sensor para avaliar acelerações brutas, geolocalização, entre outros dados. Morais disse ainda que é possível trazer essa telemetria para dentro do celular, usando os sensores do handset. “Experimentamos alguns modelos e estamos para lançar no próximo ano um produto com telemetria no app”, anunciou.

O executivo explicou ainda que já se experimentou usar dados de telemetria dos smartphones para seguros personalizados anos atrás. Porém, à época, com a coleta desses dados, a bateria do celular acabava rapidamente e o cliente gastava seu plano de dados. Hoje em dia, os aparelhos possibilitam o uso da telemetria sem prejudicar a experiência do usuário com seu smartphone.

Tiago de Freitas Vieira, CTO da Brasilseg, disse que a empresa não possui seguros intermitentes, mas tem um “seguro paramétrico do agro”, em que a seguradora acompanha condições climáticas entre outras informações e repassa ao produtor esses dados de modo que ele também acompanhe para se precaver. “E a indenização é a partir da cultura que este cliente produz. Ou seja, se ele produz milho, vamos cobrar a partir do valor da saca”, explicou.