A Neo4j, empresa que gerencia bancos de dados grafos, acredita que o futuro para análise de dados será a utilização de grafos, sendo um dos pilares para criação de LLMs (Large Language Models). Em conversa com Mobile Time, o vice-presidente da América Latina da Neo4j, André Serpa, enfatizou que o uso desses recursos tem o objetivo de entregar contexto, recursividade e agilidade para os seus clientes, estando presente em todas as redes sociais pelo sistema de recomendação que é feito em cada app.

Como funciona

O modelo de negócio está baseado na quantidade de memória RAM. “Nós trabalhamos em um modelo de SaaS, em que fazemos questão de permitir que o cliente escolha o seu fornecedor de nuvem. E a ideia é que, sendo nós uma base de dados, quando este cliente precisar de um servidor de banco de dados, ele vai precisar usar uma capacidade de memória RAM. A partir disso, a empresa cliente vai determinar a quantidade e, assim, cobramos”, explicou.

Com sede em San Mateo, nos Estados Unidos, a companhia tem alguns escritórios espalhados pela Europa e Ásia (Reino Unido, Suécia, Alemanha e Singapura). Opera desde 2007, quando o atual CEO, Emil Eifrem, e outros dois cofundadores uniram a teoria dos grafos com a linguagem de programação Java (de onde vem o J do logo da empresa), para atualizar a forma com a qual as empresas – incluindo as de serviços financeiros – lidam com a solução de problemas.

A Neo4j auxilia organizações que buscam detectar fraudes, por meio da análise de relacionamentos entre transações, contas e entidades suspeitas. Além disso, por meio do armazenamento e da consulta aos dados e as suas conexões, a plataforma pode atuar como uma potencializadora de serviços financeiros, seja na abertura de contas, na análise de risco e crédito ou na oferta de produtos. Isso permite a descoberta de padrões e relacionamentos ocultos que revelam novas camadas de contexto sobre os dados.

São mais de 1,7 mil clientes como, por exemplo, as empresas Adobe, Amazon, AstraZeneca, eBay, Microsoft, NASA, IBM, BMW Group, Qualicorp, entre outros.

O mercado financeiro é a vertical que mais utiliza, atualmente, a tecnologia de grafos. A área de auditoria e investigação também têm se interessado para fazer a análise de assuntos relacionados ao Pix, fraudes, lavagem de dinheiro etc.

IA generativa e pouca competição no mercado

Serpa divide o uso de grafos antes e depois da inteligência artificial generativa, pois “a tecnologia, acelera muito mais a utilização de grafos, visto que as empresas não conseguem criar os modelos de chatbots e automação sem ter um ‘knowledge graph’ [gráfico do conhecimento, em português]”, ressaltou.

Para chegar em um modelo pronto de LLM, e para treinar o LLM, é necessário, primeiramente, ter este gráfico do conhecimento, que vai alimentar de maneira personalizada, com os dados corporativos. Com isso, estes dados serão passados para o LLM e, por sua vez, poderá ser treinado.